O ‘photo finish’ foi utilizado para atribuir a vitória ao alemão Pascal Ackermann (BORA-hansgrohe) na 18.ª e última etapa da Volta a Espanha, que consagrou o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) como vencedor da 75.ª edição.
No último dia de corrida, que não causou diferenças nos primeiros lugares da geral, Roglic confirmou o segundo triunfo na Vuelta, em duas participações, e, aos 31 anos, volta a vencer uma grande Volta, com 24 segundos de vantagem para o equatoriano Richard Carapaz (INEOS), segundo, e 1.15 minutos para o britânico Hugh Carthy (Education First), terceiro.
A última tirada, de 139,6 quilómetros entre Hipódromo de la Zarzuela e Madrid, foi ganha ao ‘sprint’ por Ackermann, que cumpriu a distância em 3:28.13 horas, batendo sobre a meta o irlandês Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep), segundo, e o também alemão Max Kanter (Sunweb), terceiro.
Ackermann somou o segundo triunfo nesta Vuelta, depois de aproveitar a punição de Bennett na nona tirada, numa vitória ao ‘photo finish’, tão curta a diferença entre as duas bicicletas.
“A equipa está muito feliz com a vitória, tenho de lhes agradecer. Hoje, fizeram um excelente trabalho no lançamento. Estou muito feliz”, atirou o alemão, que disse que “não conta” com a vitória conseguida ‘na secretaria’, quando Bennett foi relegado.
Neste ‘sprint’, os irmãos Ivo Oliveira e Rui Oliveira, da UAE Emirates, lançaram o belga Jasper Philipsen, mas este ‘perdeu o comboio’, acabando por cortar a meta em terceiro, enquanto Ivo foi 16.º e Rui 18.º.
Ao pódio final, subiu Nelson Oliveira (Movistar), como parte da equipa espanhola que venceu a classificação coletiva, numa formação que teve ainda no espanhol Enric Mas, quinto na geral final, o vencedor da juventude.
A montanha já estava ‘entregue’ ao francês Guillaume Martin (Cofidis), e outro gaulês, Rémi Cavagna (Deceuninck-QuickStep) levou para casa o prémio de mais combativo da Vuelta.
Num dia que, na estrada, teve pouca história, tanto que o italiano Davide Formolo (UAE Emirates) nem partiu para poder chegar a tempo de ver nascer um filho, Hugh Carthy ainda perdeu algum tempo, mas não caiu de um inédito pódio na carreira, enquanto o ‘top 10’ foi fechado pelo ‘veterano’ espanhol de 40 anos Alejandro Valverde (Movistar).
No topo acabou ‘Rogla’, pelo segundo ano seguido, e com uma taxa de sucesso de 100%, uma vez que em duas participações venceu duas vezes a geral e a classificação por pontos, tendo feito nesta 75.ª edição um ‘póquer’ de vitórias em etapa.
O esloveno mostrou-se dominador em todo o tipo de terrenos e beneficiou da melhor ponta final em chegadas rápidas para somar um total de 48 segundos de bonificações, que lhe permitiram levar a melhor a Richard Carapaz, à procura de nova vitória em grandes Voltas após a Volta a Itália de 2019.
Nelson Oliveira foi o melhor luso na geral final, no 39.º posto, com Rui Costa (UAE Emirates) a acabar em 44.º, Ricardo Vilela (Burgos-BH) em 99.º, Ivo Oliveira em 101.º e Rui Oliveira em 119.º.
Com a ‘procissão’ até Madrid, o pelotão internacional despede-se de 2020 com o último dia de corridas no escalão profissional, num ano marcado pela pandemia de covid-19, que cancelou dezenas de corridas e obrigou ao reagendamento de muitas mais, mas não ‘vergou’ nenhuma das três grandes Voltas, que foram todas concluídas.