O atleta Pedro Bento percorreu, de bicicleta, perto de 10.000 quilómetros entre Almeirim (no distrito de Santarém) e Katmandu (Nepal) em 71 dias, tendo recolhido perto de 11.000 euros que vai entregar a várias causas.
O desafio a que se propôs teve inicialmente por objetivo apoiar os Bombeiros Voluntários de Almeirim, em agradecimento por todo o apoio recebido na sequência do acidente grave que sofreu em abril de 2017, e o projeto “Dreams of Katmandu”, do português Pedro Queirós.
Pedro Bento conheceu o projeto “Dreams of Katmandu”, que continua no Nepal a apoiar as crianças do Campo Esperança, vítimas do terramoto de 2015, quando participou numa prova naquele país, em 2016, altura em que se tornou “irmão” de Mingmar e Tenzing Sherpa, numa cerimónia que “mexeu” consigo.
Aos bombeiros de Almeirim, o atleta vai oferecer 10 fatos de proteção e combate a incêndios, num total de 8.000 euros.
Pedro Bento, 40 anos, sofreu um acidente de moto em 01 de abril de 2017 quando fazia o reconhecimento do percurso para uma prova de BTT que se realizava no dia seguinte, pelo que, quando ouviu a história de Luís Jejum, se “identificou” com ele, tendo-o visitado no hospital.
Contra todas as previsões, Pedro Bento não só não ficou em cadeira de rodas, como conseguiu recuperar fisicamente a ponto de voltar a uma prática desportiva que lhe tinham dito que nunca mais iria fazer.
A motivação de “agradecer e ajudar” levou-o a iniciar a viagem no passado dia 13 de abril, tendo regressado a Almeirim a 26 de junho.
O desafio levou menos dois dias do que inicialmente planeado, pela necessidade de algumas alterações no percurso e porque os danos provocados à bicicleta no voo de regresso o obrigaram a fazer o percurso do aeroporto de Lisboa até casa de comboio.
O acidente que sofreu interrompeu um projeto que o atleta havia iniciado após participar, em 2007, na que era considerada como uma das mais duras provas de BTT do mundo, na Costa Rica, o de “fazer as 10 provas mais difíceis do mundo”.
Seis estão cumpridas – Costa Rica, Canadá, Itália, Chile, Nepal (onde foi o primeiro português a chegar aos 5.400 metros de altitude de bicicleta) e Austrália, esta um ano depois do previsto dada a ocorrência do acidente -, mas, “pelo meio”, decidiu fazer este projeto como forma de agradecimento.
Com nove vértebras e a omoplata direitas partidas no acidente, Pedro Bento não esconde que às muitas peripécias que viveu na viagem – como enfrentar temperaturas de 51 graus e passar dias a “bananas e água”, como aconteceu na Índia – se somaram dores e algumas lesões.