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Paris é o que move Nelson Oliveira no caminho rumo às 20 grandes Voltas

@bettiniphoto
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Nelson Oliveira, o ciclista português com mais presenças em grandes Voltas nas últimas três décadas, parte para o Tour satisfeito pela confiança que a Movistar deposita no seu papel de gregário e com a ambição de chegar a Paris.

Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro entre os eleitos da Movistar para o TourAos 34 anos, o discreto corredor de Vilarinho do Bairro (Anadia) vai iniciar no sábado, em Bilbau, a sua sétima Volta a França e a 18.ª grande Volta da carreira (esteve oito vezes na Vuelta e três no Giro), um número que não encontra paralelo entre os outros portugueses que integraram o pelotão internacional nas últimas três décadas.

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“Já são sete Tour, mas é sempre uma motivação estar presente entre os melhores. Sabendo que é a corrida maior que temos, um dos maiores eventos desportivos do mundo, é sempre gratificante fazer parte desse evento. Estar presente também é sinal que o trabalho tem sido bem feito, que a equipa me dá valor e por isso me leva”, notou, em declarações à agência Lusa.

Falar de Nelson Oliveira é falar de um dos melhores ‘escudeiros’ do pelotão mundial, um papel que assume com orgulho e que nesta edição da ‘Grande Boucle’ o levará a trabalhar para o espanhol Enric Mas, quinto classificado em 2020 e sexto em 2021.

“Eu sou um gregário, disso acho que não há dúvida. Este ano temos um líder, o líder confia no meu trabalho e eu também tenho dado provas que, a fazer o meu trabalho, faço-o bem. A equipa também confia em mim. Na Movistar, já são oito anos e isso também me dá motivação extra”, confidenciou.

O facto de este Tour partir de Bilbau leva a que a única equipa espanhola presente sinta “um bocadinho mais de responsabilidade”, segundo o luso, que antevê “três etapas bastante duras, principalmente a primeira”, no País Basco.

“Toda a gente vai tentar estar na frente e o nosso objetivo será sair de Bilbau sem perda de tempo para os principais candidatos”, revelou, dizendo acreditar que a vitória final será decidida entre o campeão em título, o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), e o anterior bicampeão, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), com os demais favoritos a terem de ‘contentar-se’ com a luta pelo degrau mais baixo do pódio.

Ser fiel ‘escudeiro’ de Mas implica que Oliveira ‘esqueça’ as ambições pessoais, com o vencedor de uma etapa da Vuelta (2015) a confessar que o seu objetivo é o de sempre: “chegar a Paris”.

“O resto é um bocado um extra. Vou com o objetivo de ajudar o nosso líder e a equipa nos objetivos que me forem propostos. Se tiver a oportunidade de ir para uma fuga, como todos os anos, e poder vencer e ser competitivo, pois também seria bom. Mas o objetivo é trabalhar para o líder e estar focado nele e levá-lo até onde o corpo me deixe”, completou.

Estar na discussão de uma etapa dependerá, então, “das táticas de cada dia da equipa”, mas ‘Nelsinho’ confia que “certamente haverá dias” em que poderá ir para a fuga, seja para lutar pelo triunfo, seja para ‘descair’ para ajudar Mas num momento-chave.

“Eu acho que provavelmente haverá essa oportunidade, mas nunca sabemos o que esperar do Tour”, ressalvou, com a experiência de quem está a cumprir a 14.ª época no pelotão internacional.

Prestes a iniciar a sua 18.ª grande Volta, Oliveira não esconde que gostava de alcançar o número redondo, o mesmo que Acácio da Silva atingiu com a sua última presença no Giro, em 1993.

“Já começam a pesar as grandes Voltas, isso também é verdade, mas não penso nisso… gostava de fazer as 20, é óbvio. Vamos indo. Acho que ainda me faltam uns anos para correr, acho que esse número será concretizado”, disse, assumindo que gostava que as duas dezenas de ‘grandes’ acontecessem no Tour.

“Poderá ser em breve, espero eu”, concluiu.

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