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Nelson Oliveira subiu hoje, pela segunda vez, ao pódio final da Volta a França, para celebrar, com a sua Movistar, a vitória na classificação por equipas, um privilégio que o ciclista português define como “uma enorme honra”.

“É sempre uma enorme honra estar no pódio de uma grande Volta, principalmente no Tour. Não são todos os corredores que têm essa oportunidade, a de estar à frente dos Campos Elísios. E, claro, como nós somos os outsiders da equipa, não somos líderes, é sempre bom estar no pódio. Provavelmente, a classificação por equipas é uma das únicas oportunidades que nós, corredores que trabalham, temos. Isto é uma recompensa, afinal de tudo”.

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Começa a ser quase uma tradição na carreira de Nelson Oliveira: de cada vez que participa no Tour com a Movistar, fica eternizado para a história juntamente com os ‘heróis’ retratados com o Arco do Triunfo de fundo – foi assim em 2016, ano da sua primeira presença na prova francesa com a equipa espanhola, foi assim hoje, no final da edição que marcou o seu regresso, após dois anos de ausência.

Mas não é a única, como o próprio se apressa a recordar. “É uma satisfação chegar a Paris mais uma vez. É a minha quarta vez, é um momento muito bom e que fica na memória de cada ciclista aqui chega”, confessou, recordando o seu ‘currículo’ imaculado de quatro Voltas a França concluídas em outras tantas participações (2019 e 2016 com a Movistar, 2015 e 2014 com a Lampre-Merida).

Aos 30 anos, o ciclista de Vilarinho do Bairro, que pouco antes do arranque da 106.ª edição da ‘Grande Boucle’ conquistou a medalha de prata no contrarrelógio dos Jogos Europeus, sai do seu regresso ao Tour satisfeito, embora reconheça que os corredores esperam sempre mais de si mesmos.

“Sei que a preparação foi boa para estar aqui e que o trabalho que a equipa me pediu foi cumprido, eles não podem dizer nada em contra. O balanço é positivo, creio eu. Da minha parte, fiz tudo o que podia”, resumiu.

A atestar a satisfação da Movistar com o seu desempenho está a renovação, por dois anos, do seu contrato com a equipa espanhola, anunciado em plena Volta a França, já depois de o português ter dado nas vistas pelo seu trabalho na dianteira do pelotão nas primeiras etapas.

“A renovação, é óbvio, também foi bastante importante. Tira-nos um stress da cabeça e permite-nos focar mais na corrida. É muito bom estar aqui mais dois aninhos”, assumiu.

Feliz por chegar finalmente a Paris, após 21 dias duros (mais dois de descanso), que o levaram numa viagem desde Bruxelas até aos Campos Elísios, Oliveira assumiu, contudo, que, apesar da vitória por equipas, a prestação da sua formação ficou aquém do esperado, uma vez que os seus líderes, designadamente Mikel Landa (6.º), Nairo Quintana (8.º) e Alejandro Valverde (9.º), não ficaram no ‘top 3’ da geral individual.

“É obvio que a equipa queria mais, estando ali tão próxima do pódio. As coisas não correram, se calhar, como se esperava, mas haverá mais anos e esperemos que algum dia lá cheguemos novamente”, estimou.

Nelson Oliveira terminou a 106.ª Volta a França na 79.ª posição, a 2:35.51 horas do vencedor, o colombiano Egan Bernal (INEOS).

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