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O português Nelson Oliveira foi hoje o quarto classificado no contrarrelógio de elite do Campeonato do Mundo de Estrada, disputado em Bergen, Noruega. É o melhor resultado de sempre de um corredor luso nesta competição, superando o sétimo posto que o mesmo Nelson Oliveira alcançara em Ponferrada, em 2014.

O ciclista bairradino completou os 31 quilómetros, entre o centro da cidade de Bergen e o alto do Monte Fløyen, em 46m09,52s. Nelson Oliveira fez uma corrida de grande nível, sempre em crescendo, melhorando de ponto intermédio para ponto intermédio. Cortou a meta apenas a 7 segundos do pódio.

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O holandês Tom Dumoulin teve uma vitória incontestável, com 44m41s, deixando o esoloveno Primoz Roglic, vencedor da Volta ao Algarve em 2017, a 57,79 segundos. O terceiro, a 1m21,25s, foi o britânico Christopher Froome. Nelson Oliveira ficou a 1m28,52s do vencedor.

O quarto lugar no contrarrelógio é o segundo top 10 da história do ciclismo português em contrarrelógios do Campeonato do Mundo de Elite. O outro resultado entre os dez melhores foi conquistado por Nelson Oliveira, em Ponferrada, há três anos. Ficar fora do pódio por apenas uma posição tem um sabor agridoce, já experimentado por Nelson Oliveira, no Campeonato da Europa de 2016.

“Estou muito contente com o quarto lugar. É verdade que se fica à porta da medalha, mas o ciclismo é mesmo assim, alguém tem de ser quarto. Já no ano passado me aconteceu no Campeonato da Europa. Estou contente. Agradeço à Federação, à minha equipa e a toda a minha família por este momento”, afirmou o corredor luso.

“A verdade é que não estava à espera de fazer este resultado, mas senti-me bem em todo o percurso. Sabia que tinha de regular para a última subida. Muitas pessoas vão perguntar se a troca de bicicleta foi uma boa opção. Perdi algum tempo na mudança, mas foi a melhor decisão. Tenho a certeza de que, com a bicicleta de contrarrelógio não faria a subida que fiz. Reconheço a chuva na última série pode ter-me favorecido”, acrescentou Nelson Oliveira.

O selecionador nacional, José Poeira, também se mostrou feliz, após ver o pupilo bater-se de igual para igual com os melhores do mundo. “Foi daqueles contrarrelógios que dá gosto ver. O Nelson revelou grande maturidade na forma como geriu o esforço e tecnicamente esteve impecável, fazendo sempre as melhores trajetórias”, considera o responsável técnico.

A mudança de bicicleta, decidida por consenso entre o corredor e o selecionador, foi determinante, na opinião de José Poeira: “Subir em contrarrelógio é diferente de subir em pelotão, e o Nelson sobre melhor em contrarrelógio. A troca de bicicleta foi fundamental para o resultado obtido”.

Rui Costa foi o outro representante nacional no contrarrelógio de hoje, terminando na 33.ª posição – entre 65 participantes –, a 3m10,54s do vencedor. “”Tive boas sensações e controlei a prova dentro das minhas expectativas. Consegui produzir os ‘watts’ que tinha definido para esta prova. É certo que depois da recuperação pós-Vuelta, este contrarrelógio ajuda a ganhar ritmo para a prova de fundo, mas o objetivo principal não era esse, mas dar o meu máximo”, disse Rui Costa, no final do exercício individual.

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