Maria Martins e Raquel Queirós chegaram hoje a Faro, depois de percorridos mais de 700 quilómetros, desde Chaves, sempre pela Estrada Nacional 2.
A viagem de cinco dias terminou com a concretização da missão solidária a que se propuseram as duas ciclistas: a oferta de seis bicicletas e de um conjunto de capacetes para serem usados pelas crianças do Refúgio Aboim Ascensão.
“Foi uma forma muito emotiva de acabarmos esta viagem. É uma maneira de ajudarmos quem mais precisa e de o fazermos tentando desenvolver nas crianças a paixão pelo ciclismo”, assume Raquel Queirós.
A odisseia de cinco dias, sob o lema “Pela Estrada Nacional 2 Rumo a Tóquio”, foi também uma forma de as duas corredoras conhecerem uma parte do país, mostrando que a bicicleta permite fazer turismo de modo mais saudável e próximo do território e das suas gentes.
“Em termos físicos é algo que se faz muito bem, desde que haja uma boa gestão/organização e um ritmo controlado. Vimos paisagens incríveis. Foi aquilo de que mais gostei nesta aventura”, conta Maria Martins, que confessa já planos para o futuro: “Tenho outro desafio em mente: fazer a nossa costa, que é fantástica”.
A iniciativa mereceu o aplauso de toda a comunidade, desde os clubes de ciclismo às associações regionais da modalidade, passando pelas autarquias e pelo Comité Olímpico de Portugal. Foram muitas as pessoas que fizeram questão de assistir às partidas e até de partilharem alguns quilómetros de estrada com as duas corredoras.
“Estes dias superaram todas as expectativas, nunca pensei que tanta gente aderisse e nos apoiasse durante este desafio. Para além disso, as paisagens foram incríveis e aproveitámos para conhecer também um pouco do nosso país, que é tão bonito! Foi muito bom partilhar isto tudo com a Tata, que para mim é um grande exemplo de garra e determinação e uma grande figura do ciclismo feminino”, salienta Raquel Queirós.
Maria Martins garantiu o inédito apuramento do ciclismo de pista português para os Jogos Olímpicos de Tóquio. A duas provas do fecho da qualificação, Raquel Queirós mantém o BTT nacional em lugar de apuramento para os Jogos. A concretizar-se será mais um feito inédito, porque será a primeira participação feminina portuguesa no cross country olímpico (XCO).