Mathieu van der Poel vai falhar os Mundiais de ciclocrosse, no final de janeiro, em Fayetteville (Estados Unidos), por ainda não ter recuperado da lesão nas costas sofrida em Tóquio2020.
“Devido às dores nas costas, não consegui alcançar o nível desejado desde a Volta a França. Simplesmente quero deixar isto [a lesão nas costas] no passado. A única solução passa por um período de paragem mais longo, pelo que seria disparatado interromper este período novamente e tentar estar nos Mundiais”, começou por justificar o ‘prodígio’ holandês, num comunicado da sua equipa, a Alpecin-Fenix.
Van der Poel prossegue assumindo que é “bastante doloroso” falhar os Mundiais de Fayetteville, agendados entre 29 e 30 de janeiro, uma vez que participou na competição ininterruptamente durante os últimos 10 anos, e diz-se “abatido” por não poder defender a camisola arco-íris que conquistou nas três edições anteriores.
Campeão mundial de ciclocrosse em 2015, 2019, 2020 e 2021, ‘MVDP’ era o grande candidato ao ouro no cross-country olímpico (XCO) em Tóquio2020, mas uma queda ‘disparatada’ na primeira volta – não se apercebeu que uma rampa colocada no circuito durante o reconhecimento havia sido retirada na prova – interrompeu-lhe uma época fulgurante.
“Não estou preocupado com o futuro da minha carreira, mas claro que fico frustrado por não saber quanto tempo vai durar este período de repouso. Só fixaremos uma data e objetivos se o pudermos fazer de forma fundamentada. Até lá, farei o que puder”, completou.
Van der Poel, que cumprirá 27 anos em 19 de janeiro, vestiu a camisola amarela da última edição da Volta a França durante seis dias, depois de ter vencido a segunda etapa, no Muro de Bretanha – acabou por desistir para viajar atempadamente para a capital japonesa.
Neto de Raymond Poulidor, o holandês alcançou, na sua estreia no Tour, algo que o seu avô nunca conseguiu, apesar de ser o ciclista que mais vezes (oito) terminou no pódio da ‘Grande Boucle’: vestir a camisola amarela.
Após a queda nos Jogos Olímpicos, aquele que é um dos mais populares ciclistas da atualidade ‘forçou’ o regresso à estrada, chegando mesmo a ser terceiro no Paris-Roubaix e oitavo na prova de fundo do Mundial de estrada. Nas últimas semanas, tinha, primeiro, atrasado o início da temporada de ciclocrosse e, depois, desistido na segunda das duas provas em que participou.
“Queremos otimizar o processo de recuperação e tal não é possível se houver constrangimentos temporais com vista à participação nos Mundiais de Fayetteville”, justificaram, em comunicado, os diretores da Alpecin-Fenix, Christoph e Philip Roodhooft, indicando que ‘MVDP’ começará a preparar a temporada de estrada quando a lesão for ultrapassada.