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Mário Martins abriu a loja MegaAventura, em Campo de Ourique, Lisboa, há 16 anos. Talvez a crise ponha mais pessoas a andar de bicicleta, concede, mas isso não lhe trouxe mais clientes. “Os anos áureos foram de 1998 a 2005 quando vendia 800 bicicletas por ano. Com a crise decresceram as vendas. Mas aumentaram nas grandes superfícies.”

A MegaAventura é uma loja especializada, com produtos de gama média alta. Ali, uma bicicleta pode custar 399€ ou 5299€, como é o caso da Specialized Epic Marathon, o modelo mais caro da loja. As suspensões inteligentes “com uma válvula de inércia que transmite o comportamento ao consumidor mediante o piso onde se está”, o quadro em ligas de alumínio, o “mesmo material que é usado na indústria aeronáutica”, e os 10kg, segundo Mário Martins, justificam o preço elevado.

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Entre bicicletas de montanha, de estrada e citadinas, na Globe vendem-se cerca de 300 bicicletas por ano. Mas o sócio-gerente acredita que o futuro do negócio “passa pela bicicleta utilitária”, que pode custar 399 ou 900 euros. Tem vários modelos dobráveis à venda e as diferenças técnicas não são grandes. “Nesse segmento, o mais importante é que não ocupem muito espaço e como são usadas por pessoas que as deixam muitas vezes na rua não podem correr o risco de serem excessivamente caras para não serem roubadas.”

Mesmo assim, a coqueluche da loja é a Brompton, “que pode ser toda personalizada”. As bicicletas eléctricas (cerca de 1500€), com autonomia de 40km e um motor que ajuda o ciclista nas suas pedaladas, são outro mercado que Mário Martins acredita que ainda está por explorar em Portugal.

Nas lojas Biclas (em Lisboa na zona de Benfica e no Chiado e em Belas), o comportamento dos clientes é semelhante. Bruno Horta, sócio-gerente, garante-nos que vende 800 bicicletas por ano e factura cerca de 500 mil euros e, apesar da procura ter diminuído nos últimos cinco anos, as vendas de bicicletas eléctricas, dobráveis e de senhora aumentaram.

Entre os modelos mais vendidos, destaca a Dahon MU P8 (bicicleta dobrável para a cidade que custa 799€), a KTM Ultra Fun BTT e a Trek 4300 (dois modelos de montanha, a 664€ e 645€, respectivamente) e a Electro Townie Vanila (bicicleta de passeio com design retro, por 399€). Para futuros ciclistas ouvirem, fica o aviso: “Quanto mais leve for a bicicleta, mais confortável. Se o ciclista estiver em forma qualquer bicicleta de 300 euros serve. Se não tiver pernas e quiser acompanhar ciclistas em forma, terá que gastar 2000 euros.”

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