A cidade de Lisboa vai contar com mais 150 quilómetros de ciclovias, que irão “atravessar a cidade toda, transversalmente”, e que devem estar disponíveis até 2018, anunciou hoje o vereador da Estrutura Verde da Câmara de Lisboa.
Estes 150 quilómetros juntam-se aos 60 já existentes na cidade, e abrangerão o eixo marginal, eixo Benfica-Braço de Prata, o Eixo Central, Olivais, a circular exterior do concelho e, ainda, o eixo Alcântara-Luz.
Esta “rede principal será complementada com uma rede secundária”, apontou o responsável, acrescentando que o objetivo é “unir a cidade inteira”, visto que a rede será conjugada com “zonas 30, permitindo a coexistência da bicicleta com o carro”.
Segundo o vereador, que não quis adiantar qual o custo deste projeto, “já existem trabalhos a decorrer” em zonas como o Eixo Central (Avenidas da República, Fontes Pereira de Melo e Praia da Vitória), Alameda dos Oceanos, Avenida 24 de julho, ou Avenida Rovisco Pais.
Considerando que andar de bicicleta em Lisboa já foi “passar o Cabo das Tormentas”, José Sá Fernandes afirmou que esta solução pretende ser “funcional e amigável, oferecendo condições de segurança”.
Para isso, o município “desenvolveu sinalética própria” para estas vias.
Quem pretender usar esta rede irá ter também à disposição um mapa das linhas, à semelhança do existente para o metropolitano.
“É essencial ter a rede feita o mais depressa possível, articulada com transporte público, bons passeios e estacionamento para as bicicletas”, frisou o autarca.
Sá Fernandes apontou ainda que “o objetivo mais ambicioso para esta rede será ligá-la à Área Metropolitana de Lisboa”. Em cima da mesa está a possibilidade de ligações a Loures, Amadora, Odivelas e Oeiras, através de Monsanto e da frente ribeirinha.
“Muitos dos municípios já têm os troços feitos, às vezes basta uni-los”, frisou Sá Fernandes.
O vereador remeteu mais explicações sobre o projeto e respetivas datas para uma outra apresentação “no final do mês de outubro”, mas adiantou que “os concursos estão a ser lançados”.
Em causa está uma rede de 1.410 bicicletas distribuídas por 140 estações: 92 no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no eixo central (que abrange as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade).
João Dias apontou que, apesar de o concurso público para “aquisição, implementação e operação” do sistema durante 108 meses ainda estar a decorrer, a candidatura mais vantajosa tem um valor de adjudicação de 23 milhões de euros, cerca de 20% abaixo do valor base, que se situou nos 28 milhões.
O responsável afirmou, também, que “as receitas com estacionamento na cidade irão pagar o défice” entre as receitas do próprio sistema e o seu custo.
Quanto à utilização prática, cada estação terá internet sem fios e a bicicleta ficará disponível através de uma aplicação para telemóvel, onde a pessoa introduzirá os seus dados e fará o pagamento.
A aplicação terá ainda informação em tempo real sobre a disponibilidade de bicicletas em cada estação.