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De certeza que já por mais de uma vez deixaste passar uma boa prova de Mountain Bike só porque umas quantas gotas molhavam os vidros da tua casa e achavas que ias encontrar muita lama no caminho.

Deves convencer-te de que não há nada a temer e que a experiência pode acabar por ser satisfatória, sobretudo se não está frio nem trovoada. Para que te possamos ajudar na tua luta contra o “chocolate” dos caminhos, preparamos-te alguns conselhos.

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Antes de saíres, deves preparar a tua bicicleta um pouco mais do que fazes habitualmente. Por exemplo, é recomendável que os pedais, cabos, o guiador e a corrente estejam bem oleados já que são as partes que mais sofrem com a lama. Se tiveres pedais automáticos, deves ter uma particular atenção em oleá-los.

Outro dos componentes que é susceptível de ser substituído em caso de chuva são os pneus. Os que utilizamos para o piso seco não funcionam correctamente no piso molhado. Uma escolha correcta implica um pneu com uma banda de rodagem muito profunda e separada, capaz de melhorar a tracção na lama. Além disso, é recomendável optar por um pneu mais fino do que o normal, de 1’9 ou 1’95 polegadas. Desta forma, poderemos rodar de uma forma mais fluida em todos os terrenos.

Outro complemento que nos ajudará significativamente no nosso passeio será um bom guarda-lamas dianteiro. Há vários anos que se começaram a comercializar modelos similares aos que se utilizam no motocross, de tamanho muito grande e inquebráveis, que evitam os salpicos na cara e nos olhos.

Por fim, é importante lembrares-te de pequenos truques que podem ajudar-te muito diante de possíveis problemas com a lama. Por exemplo, é conveniente levar um trapo para limpar as peças e retirar-lhes a lama.

Com a nossa bicicleta preparada para a nossa excursão “molhada”, chegou o momento de nos apetrecharmos.

Nunca te esqueças do seguinte:

Impermeável. No início pode ser que te pareça incómodo, nem que seja porque nos fazem transpirar muito mais, mas uma vez que te acostumes a este facto vais agradecer a grande quantidade de água que evitas.

Óculos transparentes. Neste tipo de dias é natural que a roda dianteira nos envie continuamente para a cara pequenas pedras e salpicos de lama. Por esta razão é conveniente proteger os nossos olhos, principalmente se não montámos um guarda-lamas dianteiro. Convém que tenhas umas lentes transparentes ou amarelas para ter um melhor campo de visão e um maior contraste.

Camisola interior transpirável. Nos dias em que usamos o impermeável devemos usar uma camisola interior com uma grande capacidade transpirável. A redução de transpiração que nos impõe o impermeável a somar à humidade do ambiente, fará com que transpiremos mais do que o normal.

Os cremes térmicos de aquecimento são também uma excelente opção. Evitam grande parte da sensação de frio e humidade nas pernas e podem substituir umas calças, com a vantagem de permitir que as pernas se sequem mais depressa se deixar de chover.

Ação:

Uma vez começado a pedalar deves ter cuidado com o terreno pelo qual transitas. Há que ter especial atenção com o terreno argiloso, porque a argila com a água forma uma pasta que prende completamente as rodas e os pedais. O melhor é procurar uma lama mais liquida do que sólida, isto sem te meteres no meio de riachos, claro!

Andar por terrenos húmidos é sempre mais pesado do que fazê-lo em pistas secas e planas. Não desesperes e tranquiliza-te: aproveita o passeio a um ritmo diferente daquele a que estás habituado.

Se circulas por um terreno com pedras, tem especial atenção às travagens bruscas. Há zonas particularmente resvaladiças. E lembra-te que numa curva a alta velocidade, se “deitas” a bicicleta sobre uma lomba é igualmente perigoso. Controlar esta situação requer uma técnica que nem todos possuímos.

As raízes são outros dos obstáculos a ter em conta, ainda mais quando estão molhadas. O melhor é enfrentá-las decididos e sem medo, passando por elas de forma perpendicular e tocando-lhes o menos possível, especialmente com a roda dianteira. Se as encontrares numa subida, dá uma pedalada forte antes de lhes tocar porque se tentas traccionar sobre elas tens grandes possibilidades de que a roda patine e que não consigas passar.

Para terminar queremos recordar que o mais recomendável nesse tipo de situação é suavizar ao máximo a condução, evitando os movimentos e as travagens bruscas. Desta maneira minimizaremos o risco de queda e podemos desfrutar de uma vertente do mountain bike que para grande parte dos ciclistas é desconhecida, mas que pode ser mais divertida do que com o terreno nas condições perfeitas.

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