O português José Gonçalves foi hoje o 43.º classificado na prova de fundo do Campeonato da Europa de Estrada, disputada em Glasgow, Escócia, sob condições meteorológicas adversas, ao longo de 230,4 quilómetros.
Assistiu-se a uma corrida de eliminação, disputada numa autêntica gincana urbana, debaixo de chuva e com muito frio. Sucederam-se as desistências, por incapacidade física e, sobretudo, devido a atrasos provocados pelos inúmeros furos e avarias que fustigaram o pelotão.
O português e o eslovaco foram duas vítimas do forte ritmo imposto pela seleção da Bélgica, interessada em endurecer a corrida para eliminar alguns sprinters da discussão das medalhas. Os belgas pegaram na corrida depois de esse trabalhoter sido feito, inicialmente, pelas equipas de Itália e de França.
Até a Bélgica assumir as despesas da perseguição, a velocidade fora moderada, visando apenas não dar grande margem aos seis fugitivos que saíram do pelotão logo nas pedaladas iniciais. Depois de incrementarem a velocidade, os corredores belgas passaram ao ataque, tendo resposta de várias equipas, o que provocou uma fase de prova mais caótica e exigente.
A decisão do pódio foi ao sprint entre os fugitivos que conseguiram evitar o infortúnio. Matteo Trenti foi o mais rápido, relegando o holandês Mathieu van der Poel para o segundo lugar e o belga Wout van Aert para o terceiro, ao fim de quase seis horas de corrida: 5h50m02s.
Dos 136 corredores inscritos, apenas 51 chegaram ao fim, o que diz bem das dificuldades por que passou o pelotão deste Campeonato da Europa.
“A corrida foi muito bem disputada, acabando por tornar-se dura pela forma como os corredores se entregaram, nas condições adversas em que foi disputada. Tivemos alguns azares, mas não foi isso a determinar o nosso resultado. Temos de admitir a superioridade dos adversários”, frisa o selecionador nacional, José Poeira.