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João Almeida juntou-se hoje à lista restrita de ciclistas portugueses que terminaram uma das grandes Voltas no ‘top 10’, superando José Azevedo num palmarés em que os feitos de Joaquim Agostinho permanecem inalcançáveis.

Deceuninck – Quick-Step – ©Tim De Waele / Getty Images

Aos 22 anos, o ciclista da Deceuninck-QuickStep escreveu a página mais bonita do ciclismo português na Volta a Itália, concluindo a 103.ª edição da ‘corsa rosa’, que liderou durante 15 dias, na quarta posição.

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Mais do que melhorar o registo de José Azevedo, que em 2001, no papel de gregário de luxo do espanhol Abraham Olano, foi quinto, o mesmo lugar que alcançou no Tour em 2004, o miúdo de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) fez Portugal sonhar com um inédito triunfo numas das grandes Voltas, um sonho ‘desfeito’ pelo ‘gigante’ Stelvio, onde se bateu como um herói, mas perdeu a ‘maglia rosa’ que envergou durante 15 dias.

Deceuninck – Quick-Step – ©Tim De Waele / Getty Images

Na memória de todos ficará a tenacidade e espetacularidade da sua exibição, mais do que este quarto lugar, que o equipara, em grandes Voltas, a Ribeiro da Silva, quarto na Vuelta de 1957, e o eleva a um patamar superior a nomes grandes do ciclismo nacional, como Acácio da Silva (sétimo no Giro de 1986), Alves Barbosa (10.º no Tour de 1956) e ainda João Rebelo e Fernando Mendes, sextos classificados na Vuelta em 1945 e 1975, respetivamente, e José Martins (oitavo na Vuelta de 1975).

A cumprir a sua primeira temporada entre a elite, e logo na melhor formação mundial, João Almeida pode ambicionar chegar a um patamar onde só está Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos.

Deceuninck – Quick-Step – ©Tim De Waele / Getty Images

Foram 11 as presenças do corredor de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em grandes Voltas, com os terceiros lugares no Tour (1978 e 1979) a permanecerem como os feitos mais extraordinários do ciclismo nacional.

Embora no seu palmarés figure o estatuto de vice-campeão da Vuelta em 1974, são as prestações de Joaquim Agostinho na Volta a França, onde também foi quinto (1971 e 1980), sexto (1974) e oitavo (1969, 1972 e 1973), que perduram no imaginário coletivo.

Portugueses no ‘top 10’ de grandes Voltas:

Joaquim Agostinho (11):

8.º no Tour de 1969

5.º no Tour de 1971

8.º no Tour de 1972

6.º na Vuelta de 1973

8.º no Tour de 1973

2.º na Vuelta de 1974

6.º no Tour de 1974

7.º na Vuelta de 1976

3.º no Tour de 1978

3.º no Tour de 1979

5.º no Tour de 1980

José Azevedo (3)

5.º no Giro de 2001

6.º no Tour de 2002 (a)

5.º no Tour de 2004 (a)

Alves Barbosa (1)

10.º no Tour de 1956

Acácio da Silva (1)

7.º no Giro de 1986

João Rebelo (1)

6.º na Vuelta de 1945

Ribeiro da Silva (1)

4.º na Vuelta de 1957

Fernando Mendes (1)

6.º na Vuelta de 1975

José Martins (1)

8.º na Vuelta de 1975

(a) Lance Armstrong foi desclassificado por doping e a prova ficou sem vencedor.

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