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Apesar de não estar a competir nestes Mundiais de Ciclismo de Pista, Iúri Leitão segue de perto o que os companheiros de seleção fazem em Ballerup, na Dinamarca.

O campeão olímpico de Madison em Paris 2024 vai estar nos estúdios do Eurosport, diariamente, a comentar, junto com Gonçalo Moreira e Paulo Martins, toda ação da competição.

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Em entrevista ao Eurosport, o ciclista de Viana do Castelo falou, entre outras coisas, desta nova experiência em estúdio.

Eurosport – Já passaram uns meses desde Paris 2024, já “assentou a poeira”. Como é que te sentes desde que conquistaste aquelas duas medalhas nos Jogos Olímpicos?

Iúri Leitão – “Basicamente, depois de a poeira assentar, volta tudo ao normal. Agora que olho para trás fico orgulhoso daquilo que aconteceu, como é lógico, e muito feliz por ter conseguido as medalhas, mas é exatamente aquilo que era antes. Está tudo na mesma.”

As pessoas reconhecem-te na rua?

“Talvez essa é a maior diferença. As pessoas vão reconhecendo-me mais e pedem-me mais fotografias. Tenho todo o gosto em falar com todas elas e dar-lhes a máxima atenção possível. Mas, à exceção disso, continua tudo da mesma forma.”

Tens noção que o ciclismo de pista não era muito conhecido em Portugal? Não muita gente sabia que existia um velódromo, em Sangalhos. Como é que olhas para esta mudança. Achas que há mais interesse na modalidade?

“Nos dias a seguir aos Jogos Olímpicos, pelo que me foi relatado por quem trabalha no velódromo, houve muita procura. As pessoas tiveram tanto interesse em visitar o velódromo e saber onde é que nós treinávamos e como é que era o sítio onde nós nos preparávamos para o ciclismo de pista. Despertou muito o interesse das pessoas e espero que se mantenha e possa alavancar o ciclismo de pista nos próximos anos.”

O que pode a seleção nacional fazer nestes Mundiais de Ciclismo de Pista?

“Não tenho a certeza do patamar em que os meus colegas estão. Sei que eles se preparam bem. Só que preparar bem, nem sempre é suficiente, porque competimos contra outros e não sabemos como é que eles estão. Seja qual for a prova, nós nunca sabemos o que vamos encontrar pela frente. Ainda por cima, o ciclismo de pista é um desporto muito sujeito a mudanças e pequenas coisas que podem alterar a prova. Sei que os cinco estão a preparar-se bem e estão em boa forma para os Campeonatos do Mundo. Mas, aquilo que se pode esperar é relativo. Acho que eles vão fazer uma boa exibição, mas agora não consigo adivinhar qual será a prestação.”

Normalmente trazem medalhas, verdade?

“Sim normalmente. Nós temos habituado mal as pessoas! Estou a brincar. Temos feito bons resultados todos os anos, em todas as provas que competimos. É muito fácil pedir medalhas, mas nunca sabemos o que é que vai acontecer. Vamos torcer para que corra pelo melhor.”

A partir de novembro, o Eurosport emite mais uma edição da Liga dos Campeões de Ciclismo de Pista. Tens acompanhado a competição? Qual é a tua opinião sobre o evento?

“Eu não vou estar presente este ano. Eu estive presente na 1.ª edição. Foi espetacular! Foi uma prova muito emocionante. É todo um espetáculo. É diferente das provas normais do calendário internacional. Tem todo um quê de espetáculo associado, mas, infelizmente, calha numa altura que não é muito favorável para os que também fazemos ciclismo de estrada. É no início de férias e início de preparação física para a época seguinte, por isso acaba por não ser um bom momento para a competição. Pelo menos para mim e para os meus colegas que fazem estrada e receberam o convite e não têm estado presentes. Não é por falta de vontade de competir nesta prova, porque a experiência é muito boa, mas infelizmente isso hipoteca muito a preparação da próxima época. Então, infelizmente tem ficado de parte.”

Competes em ciclismo de estrada e de pista. Como diz a letra da canção do Marco Paulo “Eu tenho dois amores”. Qual é que gostas mais?

“A música diz que eles em nada são iguais, mas eu não tenho a certeza de qual eu gosto mais. Acho que a música resume bem o que sinto.”

Como foi a experiência de comentar no Eurosport?

“É uma emoção diferente. É como estar em casa a ver, mas aqui temos a responsabilidade de não extrapolar nas palavras que às vezes apetecem ser ditas. É muito bom estar aqui a torcer pelos meus colegas.”

Acompanhe mais uma edição dos Campeonatos do Mundo de Ciclismo de Pista de 16 a 20 de outubro, em direto, no Eurosport e na MAX.

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