Ion Izagirre (Astana) venceu hoje a sexta etapa da Volta a Espanha, na subida ao Formigal, que ‘castigou’ o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), e na qual Rui Costa (UAE Emirates) foi terceiro.
A etapa, uma ligação de 146,4 quilómetros entre Biescas e Formigal, foi ganha por Izagirre, ao cabo de 3:41.00 horas, com o espanhol a ficar 25 segundos à frente de companheiros de fuga, o canadiano Michael Woods (Education First), segundo, e Rui Costa, terceiro.
A subida ‘substituiu’ o Tourmalet, em França, ‘riscado devido à pandemia de covid-19’, mas a jornada não defraudou as expectativas, com a tirada de 2016, última chegada nesta estância dos Pirenéus, ainda na memória.
Então, o espanhol Alberto Contador ajudou a ‘afundar’ o britânico Chris Froome, entregando a vitória ao colombiano Nairo Quintana, e hoje foi Ion Izagirre a ser protagonista numa chegada da fuga em que Rui Costa não foi o ciclista explosivo nos últimos quilómetros a que habituou os adeptos da modalidade.
Rui Costa era o principal nome nos homens da frente, mas foi o espanhol, que deixou a Volta a França após uma queda grave, a aproveitar o momento em que o irmão, Gorka, foi apanhado para se isolar.
“Hoje foi muito difícil, pelo mau tempo. Sabíamos que ia ser assim, mas também sabíamos que amanhã [segunda-feira] seria dia de descanso, por isso podíamos ir a fundo. Tive força de atacar no fim e, graças ao Gorka, que me guiou um pouco e me acalmou, consegui a vitória”, descreveu Ion, após a chegada.
Atrás, no grupo dos favoritos, da neblina saiu Richard Carapaz (INEOS), o principal vencedor do dia, agora vestido de vermelho, após ganhar 28 segundos a Dan Martin, que caiu para terceiro, e 43 a Roglic.
O esloveno, que venceu a prova em 2019 mas chega à Vuelta este ano vindo do ‘desaire’ no penúltimo dia da Volta a França, perdida para o compatriota Tadej Pogacar (UAE Emirates), teve um raro dia mau ao ceder tanto tempo, ainda assim menos do que o colombiano Esteban Chaves (Mitchelton-Scott), que deixou ‘cair’ 46 segundos, ou o espanhol Enric Mas (Movistar), que perdeu 49.
À porta do primeiro dia de descanso, no qual o pelotão será testado ao novo coronavírus, Carapaz, de 27 anos, apresentou a candidatura a vencer a sua segunda grande Volta, depois do Giro2019, sobretudo com o britânico Chris Froome, seu colega de equipa, a correr como uma ‘sombra’ de si mesmo.
“Calculei a distância e ataquei no momento certo. Ainda há muita Vuelta, mas vamos defender a liderança. É um luxo poder defendê-la”, considerou.
A chegada à camisola vermelha aconteceu menos de uma hora depois de o britânico Tao Geoghegan Hart vencer a Volta a Itália, na qual também conquistou a classificação da juventude, com a INEOS a ter um dia perfeito de ciclismo, num domingo ‘órfão’ da cancelada Paris-Roubaix, mas com duas grandes Voltas na estrada.
O equatoriano lidera com 18 segundos de vantagem para o norte-americano Hugh Carthy (Education First), seguindo-se Martin, a 20, Roglic a 30 e Enric Mas a fechar o ‘top 5′, a 1.07 minutos.
O terceiro lugar de Rui Costa ‘empurrou-o’ para o 36.º posto da geral, enquanto Nelson Oliveira (Movistar) foi 61.º na etapa e subiu para o mesmo posto na tabela global.
Ricardo Vilela (Burgos-BH) segue no 111.º posto da geral, à frente dos irmãos da UAE Emirates, Ivo Oliveira (138.º) e Rui Oliveira (153.º).