Assim, na sétima e última corrida, os campeões Avancini e Novak não apenas administraram a vantagem. Marcaram seus dois adversários, não os deixaram fazer uma fuga bem sucedida, e colocaram mais de cinco minutos de vantagem sobre eles.
Se antes do início da Brasil Ride, Jiri Novak já sentia um clima especial no evento, junto da família de Henrique Avancini, agora sua carreira termina com chave de ouro. “É incrível para mim. Me sinto muito bem por ter feito sete dias de prova nessa corrida louca que é a Brasil Ride. Na etapa final, aceleramos demais, e os últimos quilômetros foram maravilhosos. No downhill, o Fabian caiu e foi difícil para ele, porque depois vinha uma serra. Depois disso fizemos 20 km em velocidade máxima”, contou Jiri.
“Vivi uma semana maravilhosa com a família do Henrique Avancini, que é um cara muito legal. Com Hans eu me divertia demais e agora com o Henrique também. Seu pai, sua irmã e sua esposa, ótimas pessoas”, disse Jiri. “Estou certo de que vou terminar a carreira. Quando você está no topo, é fácil de cair. Então, a hora de parar definitivamente é agora”, finalizou o único tricampeão da open – 2014, 2015 e 2017.
“Me entreguei tanto na competição também por isso. Fiz tudo que podia para ele sair com esse título. Ele merece muito. Estou bastante emocionado, principalmente por fazer parte deste momento dele, por uma questão de respeito. Ser ciclista é uma vida bonita de se levar, mas também muito dura. Quando alguém escolhe ser atleta, tem de abrir mão de muita coisa boa e intensa, mas chega esse momento, de terminar. Tenho certeza que é especial”, concluiu Avancini, que confirmou sua melhor fase na carreira. Em 9 de setembro ele conquistou o histórico quarto lugar no Mundial de MTB, realizado na Austrália.
Satisfação pelo esforço feito – Apesar do vice-campeonato, os italianos da Trek Selle San Marco saem de Porto Seguro com a certeza de que fizeram o melhor durante os sete dias de evento. Entre quedas e dias de liderança, Michele e Fabian garantiram emoção do começo ao fim. “Foi um dia difícil para nós. Estávamos muito cansados e não foi possível vencer. Jiri e Henrique estavam muito fortes. Foi um importante resultado para mim, em minha primeira participação na Brasil Ride. Ganhamos uma etapa e ficamos em segundo em várias outras, ou seja, fomos realmente bem”, disse Michele. “Foi bem duro, do começo ao fim demos o máximo, embora tivemos azar em algumas provas. Feliz pelo segundo segundo lugar e só temos que parabenizar os campeões”, contou Fabian.
Melhores homens das Américas – Após pintarem como surpresa no prólogo, Mario Antonio Verissimo e Kennedi Sampaio conseguiram garantir, neste sábado, o título inédito da disputa da camisa branca da Brasil Ride, a dos melhores ciclistas das Américas. A diferença, que era de mais de oito minutos, caiu para menos de dois minutos, mas não o suficiente para José Gabriel Marques e Daniel Carneiro tirarem o troféu de Mario e Kennedi. “Sensação incrível. O Mario e eu somos principiantes e lutamos todos os dias, no limite, para segurar essa camisa. Conseguimos e saímos como título”, destacou Kennedi. “Para nós foi mais que uma conquista, porque é nossa primeira vez em uma das ultramaratonas mais duras do mundo. O objetivo era apenas terminar e fomos campeões, apesar do pneu furar e ter feito os últimos dois quilômetros no aro”, explicou Mario Antônio.
Pentacampeonato na máster – O holandês Bart Brentjens e o goiano radicado em Brasília Abraão Azevedo garantiram, neste sábado, o quinto título da Brasil Ride correndo juntos. Foi o oitavo de Abraão, que segue como único atleta a ter ganhado o evento em todas edições. Diferentemente das últimas quatro conquistas, desta vez a dupla de lendas do esporte não teve vida fácil, com os tchecos Ondrej Fojtik e Robert Novotny, bicampeão da open, vencendo duas das sete etapas.
“Feliz demais pelo título, ainda mais com toda a dificuldade que foi para conquistá-lo. A prova foi dificílima, com pouca certeza de quem venceria até cruzarmos a linha de chegada na frente. O alto nível é bom para o esporte e para a Brasil Ride, porque ajuda na evolução. Várias categorias foram bastante disputadas e fico contente com o título, o oitavo e com certeza o mais difícil para mim”, relatou Abraão.