A terceira e última etapa do Troféu Joaquim Agostinho, hoje disputada ao longo de 172 quilómetros, entre o Cadaval e o alto de Montejunto, foi um duelo de alentejanos com dois vencedores. Henrique Casimiro (Efapel) ganhou a etapa e José Neves (W52-FC Porto) conquistou a classificação geral.
A viagem foi movimentada por um grupo de 17 corredores, que atacou ao quilómetro 17, mas que não resistiu aos derradeiros 23,9 quilómetros, nos quais estavam colocadas três montanhas, uma de segunda e duas de primeira categoria, a última coincidente com a chegada.
A subida de segunda categoria foi aproveitada para endurecer a corrida e fazer a primeira seleção, mas nas duas escaladas em plena serra de Montejunto, no Avenal e no alto da montanha, tudo mudou de figura.
Do grupo de favoritos destacaram-se António Carvalho e José Neves (W52-FC Porto), Joni Brandão (Sporting-Tavira) e Henrique Casimiro (Efapel). A cerca de 4 quilómetros da meta, o almodovarense da Efapel atacou e pedalou em solitário para a vitória na etapa.
Henrique Casimiro cortou a meta com 4h26m50s, menos 6 segundos do que Joni Brandão e menos 9 segundos do que José Neves, que ocuparam as posições imediatas. A ousadia de Casimiro deu-lhe a etapa e quase lhe permitia a conquista da camisola amarela.
“Foi uma etapa muito nervosa, era a etapa mais dura e todos sabíamos que seria aqui que se decidia a corrida. Não é por acaso que chamam ‘Angliru’ à subida do Avenal, porque fez logo uma grande diferença. Quando os candidatos ficaram destacados achei que era o momento certo para atacar, porque estava um pouco mais distanciado na geral e poderia ter alguma margem.
Ficar apenas a 4 segundos da camisola amarela deixa um certo sabor amargo, mas quem ficou atrás de mim ficou um pouco mais longe. Perdi cerca de 20 segundos no prólogo, o que é muito difícil de recuperar para um contrarrelogista como o José Neves numa prova com um contrarrelógio e apenas três etapas em linha”, admite o vencedor da etapa.
José Neves acabou no topo da geral, recuperando a camisola amarela que ontem perdera para Óscar Hernández (Aviludo-Louletano-Uli) e concretizando um objetivo delineado há muito tempo. Henrique Casimiro foi o segundo classificado, a 4 segundos e Joni Brandão fechou o pódio a 5 segundos, diferenças mínimas que espelham o equilíbrio e a competitividade patentes no encerramento da 41.ª edição do Troféu Joaquim Agostinho.
“Durante a primeira etapa do Grande Prémio Abimota, quando estava lesionado e ia no carro da equipa, disse ao diretor desportivo, Nuno Ribeiro, que quando voltasse a treinar ia preparar-me física e psicologicamente para discutir o Troféu Joaquim Agostinho. Já no início do ano assumi que seria um dos meus objetivos.
No prólogo foi por pouco que não vesti a amarela, mas fiquei com ela no segundo dia, quando nem tinha intenção de o fazer. Ontem perdi a amarela. Foi uma batalha perdida, mas não a guerra. Hoje viemos prontos para a guerra. Eu tinha algum receio de arrancar, mas os meus colegas disseram-me para não ter medo e motivaram-me”, conta José Neves.
Além da camisola amarela, José Neves também levou para casa a laranja, que simboliza o melhor jovem da competição. O equilíbrio da geral individual também se refletiu nas classificações por pontos e da montanha. A primeira foi ganha por Henrique Casimiro, em igualdade pontual com Óscar Hernández e Cyril Barthe (Euskadi Basque Country-Murias). David de la Fuente (Aviludo-Louletano-Uli) foi o melhor trepador, embora com os mesmos pontos de Henrique Casimiro e Joni Brandão.
O espanhol do Louletano venceu ainda a classificação do combinado. Gotzon Udondo (Euskadi Basque Country-Murias) venceu a geral das metas volantes. Por equipas impôs-se a W52-FC Porto.