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A 101.ª edição da Volta a Itália em bicicleta arranca na sexta-feira em Israel, com o britânico Chris Froome (Sky) à procura de um registo histórico e o holandês Tom Dumoulin (Sunweb) em busca de revalidar o título.

A partir pela primeira vez de fora da Europa em 101 anos de história, o Giro apresenta em 2018 21 etapas e um total de 3.542,2 quilómetros até 27 de maio, em Roma, quando será conhecido o sucessor de Dumoulin, que na edição centenária conseguiu o primeiro triunfo da carreira nas chamadas ‘grandes voltas’: Volta a França, Itália e Espanha.

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O holandês de 27 anos conta com uma Sunweb ‘reforçada’ para o proteger na alta montanha, mas terá como principal oponente Chris Froome, que busca vencer o ‘Giro’ pela primeira vez, a única das três ‘grandes voltas’ que lhe falta.

Quase todas as conversas em torno da prova vão passar por Froome, do positivo ao negativo: por um lado, procura completar a ‘Tripla Coroa’ do ciclismo ao juntar o Giro às conquistas no Tour (2013, 2015, 2016 e 2017) e na Vuelta (2017).

Além de conseguir vencer as três ‘grandes’, algo completado pela última vez pelo italiano Vincenzo Nibali, o grande ausente do Giro deste ano, Froome procura ainda fazê-lo ao vencer três seguidas, um feito ainda mais raro.

Apenas dois ciclistas conseguiram fazê-lo, primeiro o mítico belga Eddy Merckx, que venceu o Giro de 1972, o Tour de 1972, a Vuelta de 1973 e o Giro de novo em 1973, antes de o francês Bernard Hinault vencer em Itália e França em 1982, antes de triunfar em Espanha em 1983.

Por outro lado, o britânico está a ser investigado por um controlo antidoping positivo na Volta a Espanha de 2017, em que acusou a presença do broncodilatador salbutamol em níveis superiores aos permitidos pela Agência Mundial Antidopagem (AMA).

A defesa do corredor alega que o britânico sofreu uma disfunção renal, mas a questão continuará a ser investigada para lá do término da prova italiana, pelo que o resultado final pode ficar em suspenso após a corrida, o que já aconteceu em 2011.

O espanhol Alberto Contador, já retirado, venceu a prova enquanto estava sob investigação por doping, e viu o título ser-lhe retirado posteriormente, sendo atribuído ao italiano Michele Scarponi, que morreu em 2017.

O percurso deste ano, que mantém o já tradicional peso da montanha em várias etapas, como a subida ao Etna ou a passagem pelos Alpes, conta com um ‘crono’ no primeiro dia e na 16.ª etapa, o que assenta às características de Dumoulin, campeão do mundo de contrarrelógio, mas também de Froome é um contrarrelogista medalhado (foi terceiro nos Mundiais2017 e nos Jogos do Rio2016 e Londres2012).

A etapa ‘rainha’ está marcada para dia 25, na 19.ª tirada, com a chegada a Bardonecchia a atravessar várias subidas exigentes, incluindo o ‘Cima Coppi’, o ponto mais alto do percurso, antes da 20.ª etapa apresentar três contagens de montanha de primeira categoria antes da chegada a Roma, no último dia.

Quanto aos restantes favoritos, os nomes a ter em conta passam pelo francês Thibau Pinot (Groupama-FDJ), o campeão italiano Fabio Aru (UAE Team Emirates) ou o colombiano Miguel Ángel López (Astana), sendo que também a dupla da Mitchelton-Scott, o britânico Simon Yates e o colombiano Esteban Chaves, entre outros, apontam ao ‘top 10’ final.

A 101.ª edição da Volta a Itália, que conta com José Gonçalves (Katusha Alpecin) como único representante luso, arranca na sexta-feira com um contrarrelógio individual em Jerusalém, em Israel, e prolonga-se por três semanas e 21 etapas, terminando em 27 de maio, em Roma.

Etapas da 101.ª edição da Volta a Itália em bicicleta, que começa na sexta-feira em Jerusalém, em Israel, e termina a 27 de maio, em Roma:

04 mai: 1.ª etapa, Jerusalém (Isr), 9,7 km (CRI).
05 mai: 2.ª etapa, Haifa – Telavive (Isr), 167 km.
06 mai: 3.ª etapa, Be’er Sheva – Eilat (Isr), 229 km.
07 mai: Dia de descanso.
08 mai: 4.ª etapa, Catania – Caltagirone, 191 km.
09 mai: 5.ª etapa, Agrigento – Santa Ninfa, 152 km.
10 mai: 6.ª etapa, Caltanissetta – Etna, 163 km.
11 mai: 7.ª etapa, Pizzo – Praia a Mare, 159 km.
12 mai: 8.ª etapa, Praia a Mare – Montevergine di Mercogliano, 208 km.
13 mai: 9.ª etapa, Pesco Sannita – Gran Sasso d’Italia, 224 km.
14 mai: Dia de descanso.
15 mai: 10.ª etapa, Penne – Gualdo Tadino, 239 km.
16 mai: 11.ª etapa, Assisi – Osino, 156 km.
17 mai: 12.ª etapa, Osimo – Imola, 213 km.
18 mai: 13.ª etapa, Ferrara – Nervesa della Battaglia, 180 km.
19 mai: 14.ª etapa, San Vito al Tagliamento – Monte Zocolan, 181 km.
20 mai: 15.ª etapa, Tolmezzo – Sappada, 176 km.
21 mai: Dia de descanso.
22 mai: 16.ª etapa, Trento – Roveretto, 34,5 km (CRI).
23 mai: 17.ª etapa, Riva del Guarda – Iseo, 155 km.
24 mai: 18.ª etapa, Abbiategrasso – Prato Nervoso, 196 km.
25 mai: 19.ª etapa, Venaria Reale – Bardonecchia (Jafferau), 181 km.
26 mai: 20.ª etapa, Susa – Cervinia, 214 km.
27 mai: 21.ª etapa, Roma, 114 km.

Historial de vencedores da Volta a Itália em bicicleta, cuja 101.ª edição começa na sexta-feira em Jerusalém, Israel, e termina em 27 de maio, em Roma:

2017 Tom Dumoulin, Hol
2016 Vincenzo Nibali, Ita
2015 Alberto Contador, Esp
2014 Nairo Quintana, Col
2013 Vincenzo Nibali, Ita
2012 Ryder Hesjedal, Can
2011 Michele Scarponi, Ita *
2010 Ivan Basso, Ita
2009 Denis Menchov, Rus
2008 Alberto Contador, Esp
2007 Danilo Di Luca, Ita
2006 Ivan Basso, Ita
2005 Paolo Savoldelli, Ita
2004 Damiano Cunego, Ita
2003 Gilberto Simoni, Ita
2002 Paolo Savoldelli, Ita
2001 Gilberto Simoni, Ita
2000 Stefano Garzelli, Ita
1999 Ivan Gotti, Ita
1998 Marco Pantani, Ita
1997 Ivan Gotti, Ita
1996 Pavel Tonkov, Rus
1995 Tony Rominger, Sui
1994 Evgeni Berzin, Rus
1993 Miguel Indurain, Esp
1992 Miguel Indurain, Esp
1991 Franco Chioccioli, Ita
1990 Gianni Bugno, Ita
1989 Laurent Fignon, Fra
1988 Andrew Hampsten, EUA
1987 Stephen Roche, Irl
1986 Roberto Visentini, Ita
1985 Bernard Hinault, Fra
1984 Francesco Moser, Ita
1983 Giuseppe Saronni, Ita
1982 Bernard Hinault, Fra
1981 Giovanni Battaglin, Ita
1980 Bernard Hinault, Fra
1979 Giuseppe Saronni, Ita
1978 Johan De Muynck, Bel
1977 Michel Pollentier, Bel
1976 Felice Gimondi, Ita
1975 Fausto Bertoglio, Ita
1974 Eddy Merckx, Bel
1973 Eddy Merckx, Bel
1972 Eddy Merckx, Bel
1971 Gosta Pettersson, Sue
1970 Eddy Merckx, Bel
1968 Eddy Merckx, Bel
1967 Felice Gimondi, Ita
1966 Gianni Motta, Ita
1965 Vittorio Adorni, Ita
1964 Jacques Anquetil, Fra
1963 Franco Balmamion, Ita
1962 Franco Balmamion, Ita
1961 Arnaldo Pambianco, Ita
1960 Jacques Anquetil, Fra
1959 Charly Gaul, Lux
1958 Ercole Baldini, Ita
1957 Gastone Nencini, Ita
1956 Charly Gaul, Lux
1955 Fiorenzo Magni, Ita
1954 Carlo Clerici, Sui
1953 Fausto Coppi, Ita
1952 Fausto Coppi, Ita
1951 Fiorenzo Magni, Ita
1950 Hugo Koblet, Sui
1949 Fausto Coppi, Ita
1948 Fiorenzo Magni, Ita
1947 Fausto Coppi, Ita
1946 Gino Bartali, Ita
1940 Fausto Coppi, Ita
1939 Giovanni Valetti, Ita
1938 Giovanni Valetti, Ita
1937 Gino Bartali, Ita
1936 Gino Bartali, Ita
1935 Vasco Bergamaschi, Ita
1934 Learco Guerra, Ita
1933 Alfredo Binda, Ita
1932 Antonio Pesenti, Ita
1931 Francesco Camusso, Ita
1930 Luigi Marchisio, Ita
1929 Alfredo Binda, Ita
1928 Alfredo Binda, Ita
1927 Alfredo Binda, Ita
1926 Giovanni Brunero, Ita
1925 Alfredo Binda, Ita
1924 Giuseppe Enrici, Ita
1923 Costante Girardengo, Ita
1922 Giovanni Brunero, Ita
1921 Giovanni Brunero, Ita
1920 Gaetano Belloni, Ita
1919 Costante Girardengo, Ita
1914 Alfonso Calzolari, Ita
1913 Carlo Oriani, Ita
1912 Atala (vencedora por equipas)
1911 Carlo Galetti, Ita
1910 Carlo Galetti, Ita
1909 Luigi Ganna, Ita

  • Alberto Contador foi o vencedor, mas foi desclassificado ao ser punido por dois anos pelo Tribunal Arbitral do Desporto por um caso de doping na Volta a França de 2010.
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