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Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor) subiu hoje à liderança da Volta a Portugal em bicicleta, ao vencer na chegada inédita ao Observatório de Vila Nova, em Miranda do Corvo.

Frederico Figueiredo vence quinta etapa e sobe à liderança da Volta a Portugal
© PODIUM EVENTS | Agnelo Quelhas

No final dos 165,7 quilómetros, entre Mealhada e o Observatório de Vila Nova, com a meta a coincidir com uma contagem de montanha de primeira categoria, Figueiredo venceu em 4:02.01 horas, menos 37 segundos do que Henrique Casimiro (Efapel), Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) e do que o uruguaio Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor), anterior líder.

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Frederico Figueiredo (vencedor da etapa e líder da geral individual): “Nem eu sei o que é estar de amarelo [ri-se]. Ainda estou a aprender. Estou extremamente contente por estar de amarelo, não era um objetivo, mas sim o Mauricio [Moreira] manter a amarela, mas, visto que passou um mau bocado na parte mais inclinada da subida, ele deu-me autorização para eu tentar arrancar e ir discutir a etapa. Consegui discutir a etapa, ganhei, e ganhei algum tempo.

Frederico Figueiredo vence quinta etapa e sobe à liderança da Volta a Portugal
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Não é uma vantagem muito grande, mas é a vantagem que é, e agora vou desfrutar da camisola amarela como se fosse o último dia, porque é sempre importante ter uma camisola amarela numa Volta a Portugal.

Queria ter inscrito o meu nome no alto da Torre, não foi possível. Muitos bons ciclistas e trepadores venceram no alto da Torre, agora calhou-me a mim vencer no alto desta nova subida e vai sempre ficar marcado. Vou ficar sempre como o primeiro vencedor desta subida, que espero que seja também incluída [em futuros percursos] da Volta a Portugal.

Eu pessoalmente gosto desta subida. Tinha vindo reconhecê-la e tinha dito logo na partida de Vila Franca [de Xira], em conversa com o Rui Sousa, que era uma subida que ia fazer muitas diferenças pela dureza que tinha e foi o que aconteceu.

(amarela até quando?) Até quando for possível. Passa por um objetivo da equipa, não é um objetivo pessoal. É um objetivo da equipa ter a camisola amarela dentro de nós e poder vencer a Volta a Portugal, por isso é tentar levar até onde for possível. Se não for comigo e for dentro da equipa, já fico contente.

Frederico Figueiredo vence quinta etapa e sobe à liderança da Volta a Portugal
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Mauricio Moreira (quarto na etapa e segundo na geral individual): “O plano da equipa hoje era manter a amarela. Claro que se tínhamos a oportunidade que o Fred ganhasse, era muito bom, porque, como já disse muitas vezes, acho que mais do que ninguém merece ganhar uma etapa por aquilo que fez na Torre. Hoje, teve essa oportunidade.

Eu, pessoalmente, tive um momento um bocado difícil na metade da subida. Falei para ele que arrancasse, e agarrasse a oportunidade, que eu ia gerir as forças e tentar subir até ao final. Correu tudo bem. A amarela passou para o Fred e, para mim, é uma alegria enorme porque acho que merece muito.

Eu consegui fazer um quarto posto e chegar no grupo perseguidor, graças ao trabalho do António Carvalho, que fez um trabalho esplêndido na subida final comigo na roda. Graças a isso acho que pudemos passar bem o dia.

(perder a amarela retira pressão?) Eu acho que a pressão, se calhar, é a mesma. É verdade que não vou levar a camisola, mas sei que ainda tenho possibilidades de vencer a Volta e a responsabilidade continua a ser a mesma. Temos de levar o nosso líder, que neste momento é o Fred. Temos de tentar fazer o melhor possível.

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Luís Fernandes (terceiro na etapa e na geral individual): “Hoje, até me senti bem, tentei fazer a subida ao meu ritmo. Sabia que os rivais iam atacar porque também me queriam ganhar tempo. Como eu lhes quero ganhar [tempo], acho que eles também me querem ganhar. Veem-me também já como um adversário e não como mais um.

Eu sabia que o Frederico ia atacar, tinha quase a certeza. Tentei-me defender, não fui capaz. Optei por pôr o meu ritmo e consegui ganhar tempo a alguns adversários e perdi tempo para outros.

Acho que fiz a minha corrida e, na parte final, tinha um bocado de descida, e aí o Mauricio vinha com um colega de equipa e encurtaram muito a distância para mim. Também não ganharam tempo, chegaram comigo e isso deixa-me confiante, porque há mais montanha”.

André Cardoso (sétimo na etapa e quinto na geral individual): “Foi um dia que foi sempre rodado a alta velocidade, o que não me favorece muito, porque venho sempre desprotegido e, no final, acho que vinha um bocado vazio”.

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Alejandro Marque (sexto da geral individual): “[Furo] foi no pior momento, quando eles iam acelerar. Num grandíssimo gesto do meu colega Emanuel Duarte, ele cedeu-me a bicicleta e realmente eu ia um bocado alto, não conseguia pedalar sentado, tinha de ir em crenques, e aí gasta-se muito.

Estive quase a recolar, mas aí começaram os ataques e pronto… fiz tudo o que tinha de fazer e foi uma pena esse furo aí, quando faltavam seis quilómetros”.

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Henrique Casimiro (segundo na etapa): “Para termos um dia bom, temos de ter 99 maus. Tive o azar de ter um dia mau na Torre, por um conjunto de circunstâncias, mas os meus colegas nunca deixaram de acreditar em mim e queria muito dedicar-lhes uma vitória.

Frederico Figueiredo

Nunca iria baixar os braços, faz parte do ADN desta equipa [Efapel]. Como ao longo do ano estivemos na discussão de todas as corridas, aqui não seria exceção. Um dia mau não apaga tudo o que fizemos até aqui. As pessoas, às vezes, esquecem-se que corremos ao longo do ano. Nos últimos dois, três dias fomos menos acarinhados, com palavras menos simpáticas disseram que fomos uma desilusão. Mas acho que não somos uma desilusão, todos temos dias maus”.

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