A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) assumiu a organização da Volta a Portugal, a cargo da Podium, perante “tempos difíceis” e ainda com muitos “obstáculos” pela frente.
Antes, comunicado da FPC apontava a 82.ª edição para poder realizar-se entre 27 de setembro e 05 de outubro, datas já inscritas no calendário da União Ciclista Internacional, o que significa que a prova terá nove dias, sem dia de descanso, em vez dos habituais 11, com um dia de pausa, depois de ter sido adiada das datas originais: de 29 de julho a 09 de agosto.
Com a tentativa de colocar a prova na estrada, a FPC quer assumir “a procura de soluções” para a comunidade velocipédica.
O plano, já apresentado ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, por Delmino Pereira e o diretor da Volta, Joaquim Gomes, visa garantir a realização da principal corrida velocipédica em Portugal pela importância para a modalidade e para contribuir para “a dinamização da economia”, adiantou o comunicado federativo.
“É um enorme desafio, mas também estamos conscientes que estamos perante uma enorme incerteza”, referiu.
Delmino Pereira apontou ainda como “uma grande sombra que continuará a pairar sobre a organização da Volta” a pandemia de covid-19, que poderá levar a novo adiamento ou mesmo à não realização do evento em 2020.
“É uma sombra que efetivamente recai sobre todos nós, mas que neste momento ninguém nos impede de lutar para a ultrapassar. É a nossa postura”, referiu o dirigente federativo, que lembrou os muitos postos de trabalho que podem ser colocados em causa se a corrida não se realizar, admitindo que várias equipas podem ter de fechar no final do ano.
A realização da Volta tinha recebido ‘luz verde’ da DGS e do Governo, atendendo às orientações para a retoma de competições ao ar livre de modalidades individuais e à aprovação do plano sanitário para a prova.
No entanto, as câmaras municipais de Viana do Castelo e Viseu anunciaram que não receberiam a passagem da corrida nos seus concelhos.
Na terça-feira passada, a 43.ª edição do Troféu Joaquim Agostinho foi adiada para 19 e 20 de setembro, após ter sido detetado um caso positivo de covid-19, obrigando a um período de quarentena para vários membros da organização.