Muito se tem questionado por que Portugal não tem uma equipa do World Tour, face à quantidade e qualidade dos ciclistas nacionais. A primeira razão prende-se logo com o orçamento. O nosso país não tem condições financeiras para gastar por temporada qualquer coisa como 10 milhões de euros, e estamos a falar do orçamento mais baixo de uma equipa da denominada 1ª Divisão da UCI.
Porque, se nos referirmos às mais conceituadas, como uma Sky, Tinkoff, Katusha ou Astana, por exemplo, as verbas podem chegar aos 25 milhões. “Estes números podem parecer exagerados, mas comparados com o futebol são uma gota de água no oceano. O Real Madrid provavelmente paga apenas por ano a dois jogadores estes 25 milhões de euros”, referiu José Azevedo, diretor-desportivo da equipa russa Katusha, que anda no pelotão desde 2009.
O português não tem dúvidas que o investimento que os patrocinadores fazem no ciclismo, principalmente no World Tour, compensa. “O retorno pode ser sete vezes mais. As transmissões televisivas, nomeadamente as internacionais, do Eurosport, chegam a todo o lado”, sublinha Azevedo.
Vencimentos:
Segundo um estudo realizado pela Ernst & Young, a média dos ordenados, por época, de um ciclista do World Tour ronda os 200 mil euros, o que dá pouco mais de 16 mil euros por mês. Isto é a média. Porque quando falamos dos melhores do Mundo, a fasquia é muito mais alta.
Ciclistas como Chris Froome, Vincenzo Nibali, Peter Sagan, Alberto Contador ou Joaquin Rodriguez usufruem de ordenados entre os 4 a 5 milhões de euros por época. Entre os 200 mil e este valor máximo encontram-se ciclistas do nível de Rui Costa, que podem auferir de 300 a 700 mil euros/ano. Em Portugal, o ordenado médio de um ciclista ronda os 1.000 euros/mês.