A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) vai lançar um concurso para adquirir “entre 1.600 e 2.300 bicicletas” e peças para a rede Gira, no valor de 3,6 milhões de euros, foi hoje revelado.
“O concurso que vamos agora colocar no mercado é uma bolsa de três milhões de euros, com 600 mil euros para peças”, avançou o administrador da EMEL Nuno Pina, escusando-se a avançar datas concretas.
Quanto ao número de bicicletas a adquirir, o engenheiro, que falava na Comissão Permanente de Mobilidade da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), explicou que o seu preço não é fixo, mas estima conseguir comprar “entre 1.600 e 2.300 bicicletas”.
O “objetivo para o início do verão” é, segundo Nuno Pina, dobrar o número de bicicletas e de estações que o sistema Gira dispõe atualmente, “com mais 80 estações” e 750 bicicletas.
Este conjunto de 750 bicicletas – todas elétricas – faz parte de um concurso lançado pela empresa municipal no ano passado, depois de um outro procedimento previsto para a aquisição de 1.500 bicicletas não ter avançado por “questões processuais”.
Também presente na Comissão Permanente de Mobilidade, o presidente do conselho de administração da EMEL, Luís Natal Marques, referiu que as 750 bicicletas “estão a ser entregues neste momento” e afinadas nas oficinas da rede de bicicletas partilhadas Gira para depois serem introduzidas na rede.
Natal Marques não precisou, porém, quantas é que já foram entregues.
Em julho do ano passado, em entrevista à agência Lusa, o presidente da EMEL estimava que o sistema municipal de bicicletas partilhadas tivesse, no final de 2020, cerca de 1.500 bicicletas no terreno, o dobro das que tinha nessa altura.
Entretanto, em novembro, a empresa informou que havia adjudicado “a compra de 730 novas bicicletas” e que o concurso para as 1.500 não se tinha concretizado.
“A entrega das primeiras bicicletas elétricas, cerca de 400 bicicletas, está prevista até ao final de dezembro, devendo as restantes chegar ao longo do primeiro trimestre de 2021”, referia a EMEL em comunicado.
Na altura, o presidente do conselho da administração da EMEL avançou que a rede Gira tinha cerca de 700 bicicletas no terreno e 87 estações em funcionamento.
A rede de bicicletas partilhadas Gira tem sido alvo de sucessivos atrasos, o que tem motivado críticas dos utilizadores, que reclamam que o serviço não responde às suas necessidades.
Questionado hoje na Comissão Permanente de Mobilidade da AML sobre a utilização do sistema por jovens com idade inferior a 16 anos, Luís Natal Marques afirmou que a EMEL está ciente do problema e a trabalhar para, “quanto mais cedo possível, dar-lhe uma solução”.
Já relativamente ao uso das bicicletas da rede Gira por parte de estafetas de entregas, outra das questões levantadas pelos deputados municipais, Natal Marques referiu que “faz parte do regulamento que não pode haver utilização comercial”.
“Sempre que encontramos pessoas a fazer distribuição por esta via há o cuidado de cancelar os passes”, realçou.
“Já não é a primeira vez que fazemos”, acrescentou o presidente do conselho de administração da EMEL.
Na reunião de hoje, foi ainda debatida a concretização do contrato de mandato entre a Câmara de Lisboa e a EMEL sobre a rede de ciclovias.
O administrador Nuno Pina admitiu que a taxa de execução, em 2020, foi “baixíssima” devido à pandemia de covid-19 e à “singularidade de todos os traçados”.
“Em vez de estarmos a executar, estivemos a fazer projetos”, adiantou.