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A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa vai lançar na próxima semana um novo concurso para a expansão da rede de bicicletas partilhadas Gira, que prevê um máximo de 350 estações e 3.500 bicicletas.

A empresa (EMEL) rescindiu em abril o contrato com a Órbita, fornecedora das bicicletas do sistema Gira, por incapacidade para prestar o serviço contratualizado.

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Falando na reunião da Comissão Permanente de Mobilidade na Assembleia Municipal de Lisboa, Jorge Oliveira, do conselho de administração da EMEL, avançou que a empresa prevê lançar o novo concurso público na próxima semana, com um preço base entre 40 e 50 milhões de euros.

Cerca de 80% das bicicletas deverão ser elétricas e 20% tradicionais, pelo que o adjudicatário só entregará bicicletas elétricas.

Segundo Jorge Oliveira, que se escusou a avançar quando é que o sistema estará totalmente implementado, o novo contrato será “adjudicado no verão” e “o início da operação deverá ocorrer no prazo de seis meses”.

A EMEL adiantou também que celebrará ainda esta semana “um contrato com a Siemens, que é quem tem a máquina que permite manter o sistema em funcionamento, por um período de seis meses, para que o sistema não entre em colapso e continue a funcionar melhor do que tem funcionado”, até que haja “novo adjudicatário”.

Questionado pela deputada do BE Isabel Pires sobre se na altura em que foi celebrado o contrato com a Órbita (2016) já “não haveria algum indicador de que poderia existir algum problema”, o presidente da EMEL, Natal Marques, foi perentório: “nada nos fazia prever o que estaria para acontecer”.

“Não tínhamos indicadores para desconfiar que o desfecho seria este”, reforçou, acrescentando que o novo concurso corresponderá à extensão da rede Gira, bem como à resolução da primeira fase do sistema que previa a instalação de 140 estações e 1.400 bicicletas.

Jorge Oliveira reiterou que o contrato com a Órbita foi celebrado em 2016 e “só no segundo semestre de 2018 é que a empresa começou a manifestar incapacidade para cumprir o contrato”.

A EMEL “fez todo o possível para salvaguardar a empresa e dar-lhes as condições para que eles cumprissem o contrato”, acrescentou.

Intervindo na sessão, o presidente da Comissão Permanente de Mobilidade, António Prôa (PSD), defendeu que a rede Gira “nunca funcionou bem” e “nunca cumpriu aquilo que eram os objetivos e aquilo que eram as obrigações”.

Jorge Oliveira justificou que “estes modelos de bicicletas partilhadas são recentes” e “o número de casos de insucesso são superiores aos casos de sucesso”.

A EMEL aplicou penalidades contratuais à Órbita num valor total superior a quatro milhões de euros.

Natal Marques adiantou também que a EMEL começou por fazer um adiantamento à Órbita superior a quatro milhões de euros para a aquisição de equipamentos, estando a empresa a dever cerca de 1,8 milhões à empresa de mobilidade.

Por isso, referiu Jorge Oliveira, os adiantamentos a serem feitos à nova empresa serão concedidos “em fatias mais pequeninas”.

O vereador da Mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar (PS), disse em março, em entrevista à Lusa, que esperava que o sistema estivesse em todas as freguesias em 2020.

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