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David Rosa (16)David Rosa corre pela equipa Tropix. 8 vezes campeão nacional de XCO, atleta com a melhor pontuação de sempre no ranking mundial, melhores classificações em Campeonatos Mundiais, Europeus e Taças do Mundo, e há uns meses participante nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

David Rosa (28)– Foi difícil, depois de meses de trabalho, numa fração de segundo, perder todo o trabalho realizado?

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Sim, muito difícil mesmo. Posso dizer-te que quando aquilo aconteceu fiquei quase em estado de choque. Só me “caiu a ficha” umas 3 semanas depois. Os últimos 4 anos da minha vida foram a pensar naquele dia e não conseguir por no terreno tudo aquilo para o que trabalhei foi muito difícil.

David Rosa (3)– Em Londres 2012, com algumas dificuldades, conseguiste o tão desejado lugar entre os melhores. No Brasil completaste um ciclo olímpico e, juntamente com o planeamento feito pela Federação Portuguesa de Ciclismo, conseguiste juntar pontos suficientes para levar dois atletas aos Jogos.

David Rosa BTT (2)Tendo tu como objectivo estar presente em Tokyo 2020, como é que achas que tem de ser feita essa tua gestão, uma vez que nessa altura já terás 33 anos (final da carreira de muitos atletas) e ao mesmo tempo a concorrência de todos os que querem o teu lugar?

David Rosa BTT (1)Terei 33 anos em Tóquio 2020. Penso que não será impeditivo de nada pois é uma idade perfeitamente compatível com a possibilidade de um nível igual ou até melhor. Veja-se o caso do Carlos Coloma (35), Absalon (36), Vogel (34), Fumic (34), Karl Markt (36), entre outros. Essa gestão terá sempre a ver com os critérios de qualificação e com os objectivos tanto da Federação como da minha equipa, o futuro o dirá. Quanto à concorrência para ocuparem o meu lugar vejo isso como algo natural, e o facto de quererem o meu lugar não é de agora mas algo com que já lido há muitos anos. É perfeitamente normal.

David Rosa (14)– O regresso do Miguel Martinez aos grandes palcos faz-te pensar que a tua carreira poderá prolongar-se por muitos mais anos?

Sim, mas não só o regresso do Miguel. O facto de muitos atletas que com o passar dos anos estão com um nível cada vez melhor em vez de o baixarem é algo que também contribui.

David Rosa (17)– Muitos atletas, e mesmo tu, têm feito algumas provas por etapas para preparar melhor a época… é algo que gostas? Existe alguma prova em particular que gostavas de fazer?

Sim, gosto de provas por etapas pois não há tanto nervosismo inicial como em corridas de XCO, de um dia apenas, além disso também é possível desfrutar um pouco mais e ter um ambiente um pouco mais descontraído que no XCO. Apesar disso, não fiz as provas por etapas como forma de preparação mas sim com o objectivo de conseguir o maior número de pontos possíveis para a qualificação Olímpica. Gostava de repetir a Crocodile Trophy e de fazer a TransRockies, é uma prova que desde que comecei a levar isto mais a sério sempre quis fazer um dia.

David Rosa (21)– Nestes últimos anos houve uma grande evolução nas estruturas de apoio aos ciclistas: criação da casa das Seleções (Velódromo), bike parks, pistas permanentes…  O que pensas sobre isto e que sugestões darias para serem implementadas a curto prazo?

Penso que é a evolução natural das coisas e que são medidas essenciais para que os atletas evoluam. As pistas permanentes e os bike parks são importantes também para que cada vez mais pessoas tomem contacto com a nossa modalidade e um passo importante para uma massificação cada vez maior da nossa modalidade.

David Rosa (23)– Foram construídas ciclovias e algumas são em antigas linhas ferroviárias, é um conceito que te agrada?

Não tinha conhecimento disso, mas penso que é uma boa medida. Quantas mais melhor para promover a prática da nossa modalidade em segurança.

David Rosa (26)– Dos locais onde já andaste de bike, quer seja em lazer, quer em competição, diz 3 que qualquer amante das bicicletas deveria visitar?

Internacional: Dolomitas (Itália), Canadá (zona do Quebec) e Nove Mesto na Morave (República Checa).

Nacional: Gerês, Sintra e Serra d’Aire.

David Rosa (19)– Um ciclista atualmente já não se limita apenas a pedalar, tem também a ajuda das novas tecnologias para poder mostrar o seu trabalho, com o twitter, instagram ou o facebook, como é que fazes toda essa gestão?

Acabo por não mostrar todo o trabalho que faço, nem nada que se pareça, mas partilho por vezes alguns treinos. Gosto de estar em contacto com todos os que me apoiam e com todos os que me colocam dúvidas. Por vezes não consigo responder a toda a gente, mas tento. Julgo que é importante haver contacto entre o atleta e o apoiante.

David Rosa (22)O BTT Lobo agradece toda a tua disponibilidade para esta entrevista, desejando-te um grande 2017.

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