PUB

Giulio Ciccone (Trek-Segafredo) conseguiu hoje uma vitória autoritária, a solo, com um ataque na subida final da 15.ª etapa do Giro d’Italia, em que triunfou pela terceira vez, a primeira desde 2019.

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na chegada a Cogne
Foto Fabio Ferrari/LaPresse

Ciccone venceu a sua terceira etapa no Giro, ao cumprir os 177 quilómetros entre Rivarolo Canavese e Cogne em 4:37.41 horas, com 1.31 minutos de vantagem para o colombiano Santiago Buitrago (Bahrain-Victorious), segundo, e 2.19 para o espanhol Antonio Pedrero (Movistar), terceiro.

PUB

Nas contas da geral, o português João Almeida (UAE Emirates) ainda teve um ‘susto’, dado que a classificação oficial dava conta de um corte para o equatoriano Richard Carapaz (INEOS).

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na chegada a Cogne
Foto Fabio Ferrari/LaPresse

Na chegada à meta, Carapaz foi 13.º e Almeida 14.º, mas com um corte de dois segundos, que entretanto foi corrigido. Assim, o vencedor do Giro em 2019, e campeão olímpico de fundo, lidera com sete segundos para o australiano Jai Hindley (BORA-hansgrohe), segundo, e 30 para o português, terceiro.

Depois do ‘caos’ e da luta pela geral no sábado, na chegada a Turim, os homens da geral pareceram contentes com entregar a chegada a Cogne a uma fuga, e o exemplo de abnegação de Ciccone serviu perfeitamente.

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na 15.ª etapa do Giro
Foto Fabio Ferrari/LaPresse

O italiano, que teve um ano difícil em 2021 e parecia longe dos níveis de 2019, quando venceu uma etapa e a classificação da montanha da ‘corsa rosa’, hoje deu uma mostra de força.

Foram muitos os ciclistas que tentaram integrar uma fuga que ‘pegasse’, o que acabou por acontecer, entre outros, com o português Rui Costa (UAE Emirates), na expectativa de novo triunfo, mas também o pódio da tirada e o britânico Hugh Carthy (EF Education-Easy Post).

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na 15.ª etapa do Giro
Foto Marco Alpozzi/LaPresse

Foi com ele que Ciccone se aliou, primeiro, para afastar os restantes, atacando no início da subida final até Cogne, a mais de 20 quilómetros da meta, deixando depois o britânico para trás.

O esforço a solo acabou por render, deixando para trás os ‘resquícios’ da fuga do dia, além do francês Guillaume Martin (Cofidis), com um ataque bem sucedido que lhe rendeu a entrada no ‘top 10’ da geral, por troca com o espanhol Alejandro Valverde (Movistar), agora 11.º.

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na 15.ª etapa do Giro
Foto Fabio Ferrari/LaPresse

Na meta, Ciccone, de 27 anos, chorava profusamente, após um esforço de quase 100 quilómetros escapado, primeiro em conjunto e depois a solo, que lhe rendeu a terceira etapa no Giro, depois de 2016 e 2019, numa época em que parece voltar ao melhor nível.

“A parte mais dura da subida era no início, na minha cabeça disse ‘ok, se for sozinho agora, posso conseguir, se não no ‘sprint’ nunca se sabe’. Tentei tudo, porque estava com boas pernas. Acho que foi a melhor escolha que podia tomar. No ano passado, estava em boa forma, mas tive má sorte no Giro e na Vuelta. Hoje, acho que pode começar outra vida”, declarou.

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na 15.ª etapa do Giro
Foto Gian Mattia D’Alberto/LaPresse

Atrás da fuga, que ‘ocupou’ as principais atenções do dia, uma queda coletiva no início da etapa, apanhando o ‘maglia rosa’, mas sem problemas, e o grupo de favoritos não teve grandes movimentações, tirando o ‘susto’ no final, depois corrigido pela organização.

“Toda a gente estava um pouco cansada de ontem. Foi um bom dia na estrada”, descreveu João Almeida, após a chegada.

Assim, e abaixo do pódio, o espanhol Mikel Landa (Bahrain-Victorious) segue a 59 segundos da liderança e a 29 segundos de João Almeida, com o veterano Domenico Pozzovivo (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux) em quinto, a 1.01 minutos.

Quanto aos portugueses, Almeida segue na liderança da classificação da juventude, com Rui Costa, hoje 34.º, após ter andado em fuga, subindo ao 44.º posto na geral, enquanto Rui Oliveira, o outro luso em prova, e na UAE Emirates, subiu ao 150.º, após cortar a meta em 137.º.

Coragem de Giulio Ciccone vale grande triunfo na 15.ª etapa do Giro
Foto Gian Mattia D’Alberto/LaPresse

Na segunda-feira, o pelotão cumpre o último dia de descanso antes do fim da 105.ª edição da corrida, que termina no próximo domingo, seguindo-se, na terça-feira, uma das subidas mais duras, na 16.ª etapa, com o Mortirolo no traçado.

PUB