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O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) defende a realização de auditorias às ciclovias ainda na fase de projeito para que se possam corrigir eventuais deficiênciuas. Em causa está “uma série de problemas” com consequências para a segurança rodoviária.
Num seminário promovido pela Prevenção Rodoviária Portuguesa e Conselho Europeu de Segurança nos Transportes, João Cardoso, do LNEC, chamou a atenção para a forma como as pistas para ciclistas estão a ser feitas em Portugal, uma vez que “do ponto de vista da segurança têm deficiências que podiam e deviam ter sido colmatadas na fase de projeto”.

Para tal, João Cardoso considerou essencial que as ciclovias sejam alvo de auditorias de segurança rodoviária, apesar de não serem obrigatórias para projetos municipais.

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Segundo o chefe do núcleo de planeamento, tráfego e segurança do LNEC, as auditorias de segurança rodoviária só são obrigatórias na rede transeuropeia de estradas, enquanto nos municípios só são feitas esporadicamente.

No entanto, João Cardoso defendeu que as auditorias deviam ser obrigatórias nos municípios, tendo em conta que “há projetos que estão a ser executados e, do ponto de vista da segurança, têm deficiências que podiam ser colmatadas na fase de projeto”.

“As pistas para ciclistas são claramente um dos aspetos que estão a ser visivelmente mal tratados do ponto de vista da infraestrutura. Começa logo pelo planeamento das vias e depois na materialização em projeto, que deixa muito a desejar”, afirmou.

Os três problemas das ciclovias

O mesmo responsável apontou três problemas às ciclovias que estão a ser construídas pelo país, sendo um deles a continuidade, ou seja, as pistas para ciclistas são interrompidas por passeios, o que “obviamente não é prático porque os ciclistas não devem circular em cima da bicicleta nos passeios”.

“Depois há problemas de visibilidade, algumas zonas não têm a visibilidade suficiente, quer para quem vai atravessar a ciclovia e não se apercebe que existe um ciclista a aproximar-se, quer para o próprio ciclista, que não se aperceber que eventualmente pode existir um peão ou outro perigo no seu trajeto”, disse, sublinhando que “estes dois problemas são notórios nas ciclovias que temos”.

João Cardoso disse ainda que outro dos problemas é a coerência na sinalização, existindo sinais de trânsito diferentes para situações idênticas.

A Prevenção Rodoviária Portuguesa e o Conselho Europeu de Segurança nos Transportes organizaram hoje em Lisboa um seminário sobre a “melhoria da segurança rodoviária dentro das localidades”.

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