Anna van der Breggen sagrou-se hoje campeã mundial de fundo, no terceiro de quatro dias dos Mundiais de ciclismo de estrada em Imola, Itália, dois dias depois de ter vencido o ouro no contrarrelógio individual.
Além da ‘dobradinha’ de Van der Breggen, que já tinha vencido também em 2018, os Países Baixos tomaram ainda o segundo lugar, com Annemiek van Vleuten, campeã do mundo em 2019, no segundo posto, seguida da italiana Elisa Longo Borghini, terceira.
O resultado confirma o domínio holandês no pelotão feminino, com a agora bicampeã mundial a cumprir os 143 quilómetros em Imola em 4:09.57 horas, 1.20 minutos a menos do que a dupla que completou o pódio.
Só a francesa Jeannie Longo, em 1995, conseguiu a ‘dobradinha’ que Van der Breggen logrou hoje, no que foi o quarto título seguido para os Países Baixos: em 2017, ganhou Chantal van den Broek-Vlaak, em 2018 o primeiro ‘arco íris’ de Van der Breggen, e em 2019 foi a vez de Van Vleuten.
Um ataque à entrada para os últimos 40 quilómetros de prova permitiu à nova campeã controlar a prova da frente, perante um pelotão no qual os nomes mais fortes pertenciam à sua equipa: Van Vleuten e Marianne Vos já tinham selecionado o pelotão antes da colega de equipa ‘saltar’ para a frente da corrida.
Embora tenha feito um ‘arranque’ muito similar ao que tinha executado em Innsbruck2018, quando se sagrou campeã do mundo de fundo pela primeira vez, Van der Breggen explicou no final que não tinha pensado nisso porque “o circuito é muito diferente” e muito duro.
“Foi uma corrida muito difícil, a lutar desde o início, muito dura. Senti-me forte, decidimos endurecer a corrida. Depois, pensei que, com toda a gente cansada, o melhor era atacar. Mas ainda foi bem longe [da meta]”, apontou.
A holandesa confessou-se “muito feliz” pelo resultado, até porque foi uma época, e um campeonato do mundo, que não esperava, confirmando que esta é a melhor época da carreira. “Tem sido incrível até aqui”, comentou.
No calendário da holandesa de 30 anos – que já anunciou a intenção de se retirar no final do ano de 2021, relativamente cedo para o ciclismo – pode estar a participação na primeira Paris-Roubaix feminina, já este ano, numa carreira recheada de todos os principais títulos do programa.
Com um título olímpico de fundo, nos Jogos do Rio2016, três títulos mundiais, três Voltas a Itália, a última conquistada já este mês, cinco clássicas La Flèche Wallonne, uma Volta a Flandres, uma Liège-Bastogne-Liège, entre dezenas de outras vitórias, o feito de Imola consagra-a junto do ‘panteão’ do ciclismo feminino.
No domingo, o encerramento dos Mundiais de Imola dá-se com a prova de fundo masculina, que testa o pelotão com várias subidas exigentes em 258,2 quilómetros cumpridos inteiramente em circuito, e Portugal representado por Rui Costa, campeão do mundo em 2013, Rúben Guerreiro, Nelson Oliveira e Ivo Oliveira.