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Se há algo que apaixona diversos tipos de aventureiros, é o bikepacking. O facto da interacção da natureza sobre maiores distâncias, permite, a explorar terrenos não tão aliciantes a pé, a não ser que o factor tempo não seja problema e nem se importe de demorar muito mais tempo a cumprir o sonho/objectivo.

Mas existem considerações a ter em conta e procedimentos recomendados a serem seguidos para se ter um Bikepacking que providencie a estreita relação com a natureza sem ficar frustrado com os imprevistos de um mau planeamento, assim como usufruir do esforço realizado.

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Planear para o pior, para desta forma acontecer o melhor e tudo correr dentro do esperado

Planeamento, organização:

Estabelecer um objectivo, trabalhar sobre esse objectivo, o que vai querer da aventura? O que pretender fazer?

Muita coisa possível pode sair daqui, desde caminhar até a determinado cume, fazer escalada numa determinada falésia, nadar naquele rio, explorar uma mina, fazer 50km…

Uma aventura bem planeada é meio caminho andado para dar certo, contudo não esquecer o momento da escolha da data/altura do ano a realizar, adaptar a indumentária, assim como saber as condições meteorológicas que podem surgir (e as possíveis inesperadas).

Traçar um timeline e respectivas rotas e pontos de pausa/paragem, mediante o número de dias da viagem.

Na escolha da localização, procurar saber sobre essa região, factos, curiosidades, condições naturais propensas.

Assinalar pontos num mapa e ter uma cópia do mesmo sempre junto ao kit de orientação/bússola para no caso se perder não perder tempo a procurá-los e retomar o caminho.

Na região a explorar, será interessante saber factos e curiosidades sobre a fauna, flora e entender a biodiversidade como influencia da região. É interessante saber sobre o clima da zona.

Todas estas informações, para além de nos aumentar o cardápio de conhecimentos, permite que se tenha uma visão de outro prisma sobre a zona, respeitando-a e desfrutando de tudo o que a natureza nos possa oferecer.

É importante respeitar a natureza, da mesma forma que queremos também ser respeitados, não interferir, não criar nenhum impacto ambiental e com isso ganharemos todos.

Preparação:

Definido o objectivo e traçado o planeamento para os dias de viagem, a partir daí, realizar a preparação da bicicleta para começar a física para a aventura que se avizinha. Como se trata de um procedimento demorado, deve ser preparado com muita antecedência para certificar que quando chegar o dia, estar na forma adequada e com respectiva saúde cuidada e tudo em dia.

Começar por afinar, trocar componentes se necessário, fazer bikefit, e… pedalar, pedalar progressivamente, ou ir pedalando apenas, para criar memória muscular, intercalando com o descanso activo, descanso absoluto e nutrição respectiva.

Pode seguir um plano de treino, fica ao critério de cada um ser avaliado para saber exactamente do que necessita.

Para os mais oldschool, que já conheçam o corpo, os sinais revelados já podem servir de informação para melhorar aqui e acolá no que diz respeito a subidas, endurance, descidas, reacções ao frio, calor, batimento cardíaco, respiração, etc…

Durante esta preparação não descuidar a psicológica, igualmente importante para passar por longos períodos fora da zona de conforto social (sem facebook, família, amigos, o que for lhe dá mais prazer), essa abstenção temporária pode afectar psicologicamente alguns aventureiros que apesar de motivados, voltam deprimidos por vezes, porque têm saudades do filho, do cão, do quotidiano até! ou porque se sentem sozinhos e perdidos, ou porque começam a passar pensamentos estranhos…

Aquisição de técnicas nesse sentido para alargar a zona de conforto para algo mais confortável e diminuir o sofrimento e o ideal, mas também será boa ideia ter algo no acampamento que sirva de pequeno conforto, como por exemplo, uma foto de família, uma música, um livro, ou guloseimas.

Ajuda a distrair e manter a cabeça ocupada durante a expedição, para não cair no “infinito”.

A bicicleta

Quer queiramos ou não, a evolução da tecnologia nas bicicletas tem permitido explorar recantos mais inóspitos da paisagem que dantes era difícil, ou, de bike às costas, por falta de mudanças ou por peso excessivo.

Graças a esse avanço, devemos usufruir o máximo possível do que a tecnologia pode fornecer

No meu tempo era impensável ter transmissão de 50 dentes, mas graças a eles, atualmente posso ir mais alto onde nunca antes tinha ido. Portanto quem puder investir numa melhor transmissão para a sua bike deve aproveitar, porque vale sempre a pena, não só para o Bikepacking, mas até mesmo para a prática do BTT mais interessante na perspectiva mais selvagem.

Bikefit

O bikefit não necessita ser uma coisa complexa em 3D, deve ser sim, funcional, e confortável. Cada ajuste testar e testar até se chegar ao ponto ideal de conforto, e isso demorara algum tempo, portanto será das primeiras coisas a ter em conta visto ser um processo de longa duração.

Conhecimentos de mecânica simples

Pelo menos aconselhável os mais simples para uma manutenção preventiva (antes da aventura) e corretiva (durante a aventura numa situação de avaria).

Primeiros socorros, situações de emergência, planos de resgate

Para além destes, ter em conta as medidas preventivas como vacinação, seguro de acidentes e ter uma equipa de apoio pronta a ser acionada caso seja necessário ser resgatado se as coisas correm mal.

Condição física e avaliação psicológica

Experiência prévia em BTT valorizada e necessária. Também melhorar as técnicas de BTT e Trial, são essenciais para sair daquele trilho mais técnico ou manhoso.

 

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