Foi com muita ambição e o mesmo espírito de união que hoje se apresentou ao mundo a nova Equipa Profissional de Ciclismo EFAPEL, com um plantel de 10 bravos que iniciam a época no próximo dia 10.
Avizinha-se uma temporada “de grandes responsabilidades”, mas também de celebração, visto que 2019 será “o ano do regresso às vitórias. Vamos lutar pelo primeiro lugar do pódio na Volta a Portugal”. Quem o disse foi Carlos Pereira, presidente do Clube Desportivo Fulllracing, que dá estrutura ao conjunto.
Competir ao mais alto nível, quer em Portugal como além-fronteiras, é a grande aposta para o novo ano da estrutura de Ovar, que vai trabalhar afincadamente para voltar a fazer história ao vencer de novo a Volta a Portugal. Um marco assinalado em 2012, com o galego David Blanco, que também esteve presente hoje, 2 de fevereiro, na cerimónia de apresentação oficial da EFAPEL. Um evento que teve lugar no auditório da empresa EFAPEL, “main sponsor” da equipa, situada em Serpins, Lousã e que foi pequeno para receber todos os convidados.
Contudo, todos puderam assistir à sessão. Em colaboração com a PGM – Projetos Globais de Media, a EFAPEL garantiu a transmissão em direto na página oficial de Facebook da equipa, via Live Streaming. Houve espaço, inclusive, para os fãs colocarem questões que foram respondidas em direto.
Um sábado cheio e em cheio. Começou logo de manhã. Às 10.30 horas a comunidade ciclista uniu-se para pedalar na Lousã por uma causa solidária, ao percorrer 20 km de um passeio em estrada. No final o valor recolhido reverteu para a Creche do Centro Paroquial de Solidariedade Social da Freguesia de Serpins, Lousã.
EFAPEL mostra-se cheia de garra para ir à luta
Com um calendário recheado de competições para 2019, a EFAPEL apresentou-se hoje com muita garra e força para lutar pelo regresso às grandes vitórias. Hoje terminou o primeiro estágio da nova época. Uma semana intensiva de trabalho, em Ovar, que culminou com a apresentação da equipa e que “serviu para realizar treinos de média/ alta intensidade com o objetivo de aumentar o nível competitivo, tendo em conta as nossas primeiras competições, que são de máxima exigência”, conforme avançou Américo Silva, diretor desportivo da EFAPEL.
Já no próximo domingo, dia 10, a equipa arranca a época de 2019 em Sever do Vouga, com quatro corredores na “Prova de Abertura – Região de Aveiro”. Quase em simultâneo, os restantes seis bravos voam até à América do Sul, para correr a Colômbia Oro Y Paz, que se realiza entre 12 e 17 de fevereiro, sendo a única equipa portuguesa e uma das duas Continentais a competir.
Depois chega a Volta ao Algarve, onde a equipa amarelo flúor enfrenta de novo alguns dos nomes maiores do ciclismo a correr no escalão World Tour.
Ainda assim é a Volta a Portugal a competição onde se conseguem os melhores níveis de notoriedade, impacto mediático e financeiro. E hoje foram também apresentados os números referentes à 80.ª edição, através de um estudo feito pela CISON: a EFAPEL foi referenciada em 800 notícias, o que desencadeou 109 milhões de impressões e trouxe um retorno de 5 milhões e meio de euros. A televisão foi o meio que conseguiu maior retorno.
Perspetiva de Américo Silva sobre a nova época que está quase na estrada
Quem também está muito otimista com a nova temporada é Américo Silva, que diz que o “nosso objetivo para esta temporada é o mesmo das anteriores: estar em todas as competições com a máxima seriedade e empenho, mas não escondemos que com o regresso do Jóni Brandão à nossa equipa, as ambições para a Volta a Portugal tornam-se como o primeiro de todos eles”.
O ciclismo de estrada é uma modalidade “individual onde o coletivo tem um papel preponderante. Daí todos estarmos conscientes da responsabilidade de ter na equipa um ciclista que pode vencer uma Volta a Portugal”, continuou. “Os que ficaram sabemos do que são capazes e temos absoluta confiança que as novas contratações vão conseguir conquistar todos os objetivos a que nos propomos”.
Para Américo Silva este é um plantel “equilibrado, com corredores para todos os tipos de terreno. O regresso de Jóni Brandão a esta equipa logicamente vem reforçar a nossa capacidade de poder chegar à vitória em qualquer competição onde exista alguma dureza. É um ciclista com muita ambição, que sabe aquilo que quer e neste momento está no auge da sua capacidade física e maturidade tática”, adiantou. “Sabemos o valor dos adversários e sabemos o que temos de fazer para vencer a Volta a Portugal. Por isso, lutar pela vitória não tem segredos para nós”, rematou, assertivo.
Sobre o novo plantel que vai à luta em 2019
Um elenco de luxo, composto por 10 bravos guerreiros, alguns deles “repetentes”, por serem já membros da família. É o caso de Sérgio Paulinho, Rafael Silva, Bruno Silva, Pedro Paulinho, Marcos Jurado e Henrique Casimiro. Todos eles renovaram com a estrutura profissional de Ovar. Por outro lado, chegam quatro novos reforços: o espanhol Antonio “Chava” Angulo (ex-Club Ciclista Rías Baixas), o uruguaio Fabricio Ferrari (ex-Caja Rural-Seguros RGA), o búlgaro Nikolay Mihaylov (ex-Delko Marseille Provence KTM) e o líder Jóni Brandão (ex-Sporting-Tavira).
Experiência, capacidade e união são algumas características que marcam o conjunto formado pelos 10 corredores da EFAPEL que vão para a estrada em 2019. A homogeneidade do grupo faz com que este seja naturalmente unido.
Quem são os 10 “Cavaleiros da Estrada” que vestem a camisola EFAPEL em 2019?
Antonio Angulo, espanhol de 26 anos, chega este ano à EFAPEL e é um sprinter assumido, conhecido no meio como Antonio “Chava”, em homenagem ao seu ídolo “Chava” Jiménez (Banesto). O trepador Bruno Silva, com 30 anos, transita do plantel anterior. Segue-se o uruguaio Fabricio Ferrari, que chega à EFAPEL esta época, com 33 anos e a quem são reconhecidas características de um trepador. O alentejano Henrique Casimiro já é “repetente”. Tem 32 anos e a sua especialidade é a de trepador.
O espanhol Marcos Jurado, completo e com 28 anos, permanece e este é o ano de estreia do búlgaro Nikolay Mihaylov, 30 anos, contrarrelogista, que veste a camisola de Campeão Nacional de Estrada na Bulgária. Pedro Paulinho é um “homem da casa” e aos 28 anos assume-se como sprinter. Rafael Silva é um nome bem conhecido na EFAPEL, porque há seis anos que veste a camisola. Rolador com características de sprinter, tem 28 anos. Sérgio Paulinho, 36 anos, é um nome incontornável do ciclismo português. Completo, permanece na EFAPEL da anterior época e é o único corredor português medalhado olímpico.
Para o final fica Jóni Brandão, trepador de 29 anos, que regressa dois anos depois de ter estado fora: “Estou muito feliz por voltar, tenho um carinho muito grande por esta equipa. Foi aqui que me tornei o ciclista que sou. E também por isso estou muito contente. Espero que tenhamos uma grande época e que consigamos alcançar todos os nossos objetivos, sendo o principal deles vencer a Volta a Portugal”.
Palavras sábias e que encorajam para esta época
Américo Duarte, administrador da EFAPEL, foi peremptório: “Estamos focados em resultados em tudo, inclusive no ciclismo. O desporto em geral é para a EFAPEL algo que ajuda o desenvolvimento social da nossa população. Aposto muito no desporto. Porque por esta via ajudamos pessoas a sair de caminhos de risco, levando-as para uma vida mais sã e independentemente de qualquer resultado económico, se calhar até é secundário.
A EFAPEL ajuda as pessoas e o desporto”, concluiu. Mas o responsável não terminou sem deixar um pedido especial aos seus corredores. Pediu “humildade”, e lembrou o lema “todos por um e um por todos, sempre dentro das regras e do espírito desportivo, não deve nunca ser esquecido. Vitórias sim, mas se não vierem não morre ninguém. Que haja é sempre regra e nada que possa ser antidesportivo. Vamos à luta! Porque na Volta esperamos chegar ao pódio”.
Já Carlos Pereira, mentor deste projeto de continuidade, frisou que este é um “ano muito especial. É o ano em que a EFAPEL tem mais responsabilidade. Sem dúvida que temos muito mais prazer em ter uma equipa com estes corredores, com a inclusão do Jóni Brandão, que vem fazer um grupo muito forte.
Mas a marca EFAPEL tem agora uma responsabilidade acrescida e que tem de corresponder às expectativas”. Por tal, “que haja continuidade, tenho a certeza que sim. Espero que em agosto todos estejamos para ganhar. Este ano é o ano em que a EFAPEL tem esta responsabilidade e vai lutar pela vitória na Volta. É o ano da afirmação”, concluiu.
O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, que também esteve presente, disse que este ano é um ano importante. “A federação vai fazer 120 anos. Mas mais importante é que os ciclistas e o ciclismo deu um passo em frente. Sabemos que a maior parte dos corredores aumentaram o seu rendimento, o que é bom. É bom termos também equipas mais fortes e com uma ambição internacional. Saúdo a postura da EFAPEL, também pelo ciclismo de formação, com corredores cadetes e juniores, o que prova que a marca está a crescer e a contribuir para o futuro da modalidade. Agradecimento a todos”.
Escola de formação apresenta 38 atletas para a nova época
Além da equipa profissional de ciclismo, a EFAPEL apresentou também na cerimónia desta tarde os atletas da escola de formação que vão correr durante a nova temporada, que neste caso arranca em março.
Jorge Henriques, diretor da Escola de Ciclismo da EFAPEL, não escondeu uma enorme satisfação por ver o projeto a crescer. Disse ser “gratificante estar à frente desta estrutura, que começou há quatro anos e tem vindo a crescer a olhos vistos. É um projeto que teve um crescimento de um ano para o outro bem significativo”.
Esta temporada a escola conta com 38 jovens atletas inscritos, o que “é representativo do trabalho sério que é desenvolvido todos os dias. Porque a parte desportiva, essa acontece naturalmente e é a que vem dignificar a estrutura”, rematou o dirigente.
Também o administrador da EFAPEL referenciou a importância da presença destas crianças e jovens, “porque fazem acreditar que o futuro da equipa de ciclismo profissional está garantido”.