Jorge Nuno Pinto da Costa revelou que um dos ciclistas da W52-FC Porto-Porto Canal até se sentiu “esmagado” pelo peso da história do clube, na apresentação deste sábado da equipa, que incluiu uma visita ao Museu. Os Dragões são recordistas de vitórias individuais (12) na Volta a Portugal e associam-se agora a uma formação que triunfou na geral individual nas últimas três edições da Volta a Portugal (duas delas, em 2014 e 2015, por intermédio de Gustavo Veloso, atual chefe de fila). A responsabilidade da equipa, composta por 12 ciclistas e comandada pelo diretor desportivo Nuno Ribeiro, será “grande”, mas, para já, o presidente do FC Porto congratula-se com o facto de as camisolas do clube irem circular pelas estradas de Norte a Sul do país, com os atletas a serem verdadeiros “embaixadores“.
“Era um sonho meu, mas que levei avante e fiz tudo para concretizar porque era um sonho de muita gente. Nem calculam! Eram muitas as pessoas que me perguntavam quando iriamos voltar a ter ciclismo e dizia-lhes sempre que um dia iríamos encontrar o parceiro certo para regressar”, afirmou Pinto da Costa, no Auditório Fernando Sardoeira Pinto, na apresentação da equipa à comunicação social, que ocorreu após a visita ao Museu FC Porto. O responsável máximo dos azuis e brancos elogiou a forma como foi possível chegar a acordo com Adriano Quintanilha, o homem forte da W52: “Foi, desde o primeiro contato, exemplar no relacionamento e interesse em que hoje estivéssemos todos aqui. É o parceiro ideal, devo dizer que é uma honra ter esta relação consigo e com a sua admirável equipa, que com certeza vai perdurar para além do contrato que já assinamos”.
Na cerimónia, os ciclistas já envergaram as novas camisolas – azuis e brancas às listas, claro está – e foi ainda apresentado Elias Barros, o diretor nomeado do FC Porto para o ciclismo, que se assumiu como um “braço direito” de Jorge Nuno Pinto da Costa para a modalidade. Para além do espanhol Gustavo Veloso, a equipa conta ainda com os seus compatriotas Juan Perez Inacio, Ángel Rebollido e Raúl Alarcón, e com os portugueses Samuel Caldeira, Rui Vinhas, António Carvalho, Joaquim Silva, Rafael Reis, João Rodrigues, Daniel Freitas e Ricardo Mestre. “Que hoje a seja a primeira pedalada de muitas que ficarão na história do FC Porto”, augurou Pinto da Costa, que recordou corredores lendários dos azuis e brancos, como Fernando Moreira de Sá – ao lado de cuja bicicleta a comitiva posou no Museu –, Dias dos Santos, Mário Silva, Joaquim Leão ou Manuel Zeferino.
O FC Porto regressa, 31 anos depois, ao ciclismo, com o claro objetivo de conseguir vitórias, com destaque para a Volta a Portugal. “Entramos em tudo para vencer. Nem sempre se consegue, mas estou convencido de que teremos uma grande percentagem de vitórias nas provas que vamos realizar. Senti nos atletas, mesmo os que já estavam na equipa, um renovar de esperança e ambição. Foi muito bom terem visto o museu para perceberem bem o que é o FC Porto”, notou o presidente dos azuis e brancos, que revelou que existe a intenção de participar em provas internacionais, algo que será tratado “no seu tempo”. Nuno Ribeiro, portista assumido, garante que os ciclistas vão “dignificar” a camisola do clube nas estradas: “A base do ano passado mantém-se, agora reforçada porque estamos associados a um grande clube, e esse é o reforço principal”. Para Gustavo Veloso, trata-se de uma “grande responsabilidade”, mas o espanhol tem do seu lado a experiência de “dois anos a liderar uma equipa unida”. “Temos força para os atingir os objetivos e levar o nome do FC Porto a conquistar o máximo possível. É por isso que estamos aqui”, acrescentou.
Na apresentação esteve ainda presente Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, cuja liderança foi elogiada por Pinto da Costa. Falou-se já da primeira prova do calendário, a Volta ao Algarve, que decorre de 17 a 21 de Fevereiro. “Sabemos da força do FC Porto, do que vamos encontrar nas estradas e do carinho que os ciclistas irão ter dos associados e simpatizantes. Para bem do ciclismo, vai ser tudo muito melhor”, frisou Adriano Quintanilha.