António Morgado continua a fazer história. Depois da medalha de prata no Mundial júnior de 2022, o corredor da Seleção Nacional sagrou-se, na Escócia, vice-campeão mundial de fundo no ano de estreia em sub-23.
Um grupo de oito corredores fez as primeiras das sete voltas ao circuito com vantagem sobre o pelotão, onde o pára-arranca tanto fazia a diferença aumentar como cair. No entanto, a cerca de duas voltas e meio do final, percebeu-se que seria difícil o pelotão anular a fuga. Seria necessário ter força para chegar do grupo principal até à cabeça de corrida.
E entrou em ação a capacidade física e a leitura de corrida de António Morgado. O eslovaco Martin Svrček fez uma movimentação para tentar alcançar os fugitivos. O português percebeu que esta seria a melhor boleia para chegar ao pódio e também se lançou ao ataque.
Entretanto, o grupo da frente ia-se desintegrando. Mas Morgado e Svrček chegaram adiante. Formou-se, então, um grupo de cinco unidades em perseguição do francês Axel Laurance, que, vindo da fuga inicial, isolou-se para tentar a vitória em solitário.
O entendimento no grupo de António Morgado não foi o melhor, com o português a queixar-se de que apenas o eslovaco colaborava na perseguição ao gaulês. Nas duas últimas voltas, com a diferença na casa dos 20 segundos, tudo parecia possível. Mas Axel Laurence conseguiu a medalha de ouro. Poderoso no sprint atrás, António Morgado ficou perto do título. Foi o segundo a cortar a meta, a dois segundos do vencedor. O terceiro foi Martin Svrček.
“Percebi que a fuga possivelmente ia ganhar se não saíssemos do pelotão. Apercebi-me da movimentação do corredor da Eslováquia, que me parecia o mais forte de todos, e fui com ele, porque sabia que só indo num grupo pequeno seria possível discutir a corrida. Falhei dois abastecimentos e ia cheio de câibras na última volta. É um grande resultado para o primeiro ano, estou super feliz, mas gostava de ter conseguido a medalha de ouro”, reagiu António Morgado a mais um feito.
A dureza do circuito e das condições meteorológicas transformaram a prova numa corrida de eliminação, em que apenas 79 corredores chegaram ao fim. Gonçalo Tavares foi 37.º, a 4m54s do vencedor, e Diogo Gonçalves foi 53.º, a 8m20s. Alexandre Montez descolou na terceira de sete voltas em Glasgow e não terminou.
Daniel Lima caiu à entrada do circuito e foi transportado ao hospital, onde permanece em avaliação para diagnóstico das lesões.
O Campeonato do Mundo de Estrada termina neste domingo, dia da prova de fundo para as corredoras elite e sub-23. Portugal irá competir com a elite Vera Vilaça e com a sub-23 Daniela Campos. A partida será dada em Loch Lomond e o final será no circuito de Glasgow, ao cabo de 154,1 quilómetros, que incluem seis voltas completas ao circuito urbano. A partida será às 12h00.