André Domingues é um trepador de apenas 19 anos que se adapta bem aos terrenos mais duros. É natural de Leiria e não tem propriamente um ídolo no ciclismo, mas já sonha correr ao lado dos grandes nomes nas maiores provas do ciclismo internacional.
A descrição é do próprio André Domingues, o vencedor da 28ª Volta a Portugal do Futuro que terminou este domingo em Castelo de Vide. Sem ganhar uma única etapa na competição dedicada aos Sub23, o corredor da Efapel dominou os dois últimos segmentos da corrida realizados na vila alentejana.
Este último dia de prova teve duas etapas. De manhã nos 57,9 quilómetros, André Domingues foi segundo atrás do espanhol vencedor Jose Ignacio Galvez (Essax), mas com a vantagem sobre o anterior líder, Rodrigo Caixas (LA Alumínios/LA Sport), passou a envergar a “Amarela Lusíadas Saúde”. O terreno com quatro contagens de montanha, uma delas no Cabeço de Mouro, em Portalegre (2ª categoria) era-lhe favorável.
À tarde, o contrarrelógio também o favorecia porque tinha apenas 3,9 quilómetros, com subida à ermida da Sr.ª da Penha na Serra de S. Paulo sobranceira a Castelo de Vide, mas eram sempre em plano muito inclinado como gosta. Também aqui André não venceu. Foi apenas segundo atrás do melhor registo de Tiago Leal (Sicasal/Miticar/Torres Vedras), mas foi o suficiente para confirmar a vitória, a primeira como profissional e além da Amarela ganhou também o Prémio da Juventude, “Camisola Branca Cube”.
André Domingues mostrou-se feliz com a primeira grande vitória na carreira. “Sabia que era capaz de ganhar, venci a geral e estou muito contente, é a primeira Camisola Amarela que ganho. É uma corrida importante no calendário dos sub23 e estão aqui atletas muito bons”.
De Águeda a Castelo de Vide correram-se cinco etapas nos quatro dias da Volta a Portugal do Futuro. Todos os dias a liderança foi diferente motivando a indefinição da prova até ao fim, o que gerou bastante expectativa. No pódio da Classificação Geral, atrás do vencedor e a 19 segundos ficou o francês Romaric Forques (Essax) enquanto Pedro Lopes foi terceiro a 21 segundos. O corredor da Kelly/Simoldes/UDO) vitorioso em Cernache do Bonjardim na 2ª etapa acabou por ser o mais regular e por isso vencedor por Pontos “Camisola Verde Europcar”.
O “Rei dos Trepadores” foi Francisco Guerreiro que nunca mais largou a “Camisola Azul Carclasse” desde que a vestiu no primeiro dia. Coletivamente, o triunfo pertenceu à portuguesa LA Alumínios/LA Sport.
Com o encerramento da 28ª Volta a Portugal do Futuro em Castelo de Vide, a Podium, empresa organizadora da competição, assinalou os 25 anos da vitória do consagrado Miguel Indurain na Volta ao Alentejo de 1996. Foi precisamente numa crono escalada na Sra. da Penha que o espanhol consolidou a liderança nesse ano.
Depois da Volta do Futuro, segue-se a “Portuguesa”. Falta menos de um mês para a 82ª Volta a Portugal Santander voltar à estrada. Será entre 4 e 15 de agosto.