André Cardoso insurgiu-se contra as “teias do doping”, acusando-as de terem manipulado os testes de análise à urina que levaram à sua suspensão por quatro anos, imposta pela União Ciclista Internacional (UCI).
Em carta aberta, o ‘veterano’, de 34 anos, diz ser alvo de uma “grande injustiça desportiva” e que a decisão de o sancionar com quatro anos de suspensão, depois de acusar positivo por EPO em 2017, se prende com um “conflito de interesses” na forma como são avaliados os testes.
Recordando que a amostra A foi positiva, mas a B foi considerada inconclusiva, o que alterou o tipo de processo junto da UCI, Cardoso aponta o dedo aos procedimentos dos laboratórios de análise, em particular o suíço, instalado em Lausana, que avalia análises das principais competições.
“Quando isto acontece é mais simples exterminar o atleta, o caminho mais fácil e sem consequências. E continuar com o cliché ‘acusaste, tomaste’. Até porque um falso positivo tem graves consequências para o laboratório, a Agência Mundial Antidopagem (AMA) pode tirar a acreditação do mesmo”, acusa.
No documento, o ciclista luso expõe a sua versão do processo que levou à suspensão e denuncia o “conflito de interesses” instalado na modalidade: “Ia eu desmistificar o doping?”, questiona.
Em 16 de novembro, já tinha anunciado, em comunicado, que pretendia angariar fundos para uma “batalha legal” com a UCI, com o objetivo de “limpar o nome” e contestar os resultados junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD).
O processo demorou mais de um ano a ficar concluído, tendo o corredor português sido provisoriamente suspenso pela UCI poucos dias antes do início da Volta a França de 2017, na qual estava previsto competir.
O controlo, feito a sangue e urina, aconteceu em 18 de junho de 2017, alguns dias depois de o português ter terminado o Critério do Dauphiné em 19.º lugar, o que contribuiu para a integração na equipa Trek-Segafredo designada para a Volta a França daquele ano, na qual faria a estreia.