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Uma queda à entrada do último quilómetro ‘abriu’ caminho para a vitória de Alberto Dainese na 19.ª etapa da Volta a Espanha, com o ciclista italiano da DSM-firmenich a negar o triunfo ao recém-descoberto sprinter Filippo Ganna.

Alberto Dainese ficou sem 'comboio', mas acabou por aproveitar azar de Kaden Groves
photo Rafa Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Quando se esperava que Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) conquistasse a sua terceira tirada nesta edição, para distanciar-se de Remco Evenepoel na luta pela classificação por pontos, o australiano ficou envolvido numa queda – não chegou a cair, facto aproveitado por Dainese para somar a sua segunda vitória numa grande Volta esta temporada, depois de ter também ganhado a quinta etapa do Giro.

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O italiano de 25 anos ultrapassou sobre a linha de meta o compatriota Filippo Ganna, convertido em improvável sprinter da INEOS, e o neerlandês Marijn van den Berg (EF Education-EasyPost), num sprint em que os portugueses Rui Oliveira (UAE Emirates) e André Carvalho foram, respetivamente, 11.º e 12.º, com as mesmas 3:42.09 horas do vencedor.

Alberto Dainese ficou sem 'comboio', mas acabou por aproveitar azar de Kaden Groves
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

“Penso que tive muito azar em perder os meus colegas na queda, mas naquele momento estava na posição perfeita, onde queria estar. Sabia que estava vento de frente, deixei o Ganna e os outros sprintarem um pouco antes e esperei pelo meu momento. Estou superfeliz por ter finalizado o grande trabalho” do seu ‘comboio’, notou Dainese, satisfeito por terminar o seu percurso na DSM-firmenich – vai para a Tudor no próximo ano – “de uma boa maneira”.

Se hoje o italiano se sentiu “pressionado para ganhar”, o mesmo não se pode dizer de Sepp Kuss, com o ciclista norte-americano a ter, finalmente, um dia tranquilo e a manter os 17 segundos de vantagem sobre o dinamarquês Jonas Vingegaard e os 1.08 minutos sobre o esloveno Primoz Roglic, seus colegas na Jumbo-Visma e os homens que o sucedem na geral.

Alberto Dainese ficou sem 'comboio', mas acabou por aproveitar azar de Kaden Groves
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Na véspera do derradeiro dia decisivo da 78.ª edição da prova espanhola, os ‘anónimos’ Clément Davy (Groupama-FDJ), Paul Lapeira (AG2R Citroën), Mathis Le Berre (Arkéa Samsic) e Michal Schlegel (Caja Rural) aventuraram-se numa fuga sem futuro logo nos primeiros 10 quilómetros dos 177,5 quilómetros essencialmente planos entre La Bañeza e Íscar.

Não era difícil adivinhar que os fugitivos não iriam longe – tiveram uma vantagem máxima de três minutos –, uma vez que Kaden Groves tinha reconhecido, antes do início da 19.ª tirada, estar preocupado com a defesa da liderança da camisola verde, após a aproximação de Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step).

Alberto Dainese ficou sem 'comboio', mas acabou por aproveitar azar de Kaden Groves
photo Rafa Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Assim, a Alpecin-Deceuninck assumiu a perseguição, na companhia da UAE Emirates, apostada em levar Juan Sebastián Molano à segunda vitória em etapas nesta edição, mantendo os escapados sempre a uma margem de segurança, que, a 40 quilómetros do final, já só rondava os 20 segundos.

Davy ainda tentou distanciar-se dos seus companheiros de jornada, mas acabaria alcançado nos derradeiros 20 quilómetros, já depois de passar na frente no sprint intermédio, onde Groves foi segundo para consolidar o primeiro lugar na classificação por pontos.

Alberto Dainese ficou sem 'comboio', mas acabou por aproveitar azar de Kaden Groves
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Anulada a fuga, Samuele Battistella (Astana) lançou-se à aventura em solitário, numa missão ‘impossível’ que acabaria ainda antes dos últimos 10.000 metros finais, nos quais as equipas da geral assomaram à frente do pelotão para evitar que os seus líderes corressem riscos.

Mas a desinteressante 19.ª etapa – a Vuelta é, efetivamente, a mais aborrecida das três grandes Voltas – teve um infeliz momento de ‘emoção’, quando uma queda derrubou meia dúzia de ciclistas, maioritariamente da DSM-firmenich, e afastou Groves da discussão.

Alberto Dainese ficou sem 'comboio', mas acabou por aproveitar azar de Kaden Groves
photo Luis Angel Gomez/SprintCyclingAgency©2023

Sem ‘comboios’ organizados, a aproximação à meta foi feita com cada um por si, com Ganna novamente a explorar a faceta de sprinter e a perder, por pouco, com Dainese. “Hoje, os rapazes foram fantásticos. Foram para a frente do pelotão e fizemos um trabalho perfeito. Infelizmente, não sou um sprinter e lancei-me demasiado cedo. Perco outro sprint por muito pouco”, lamentou o contrarrelogista italiano, que esta temporada tem tentado descobrir novos caminhos na sua carreira.

Enquanto Rui Oliveira e André Carvalho ficaram próximos do top-10 da etapa, Nelson Oliveira (Movistar) foi 32.º, Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) 88.º e João Almeida (UAE Emirates) 98.º, todos com o mesmo tempo do vencedor.

Assim, Almeida manteve o nono lugar na geral, a 10.20 minutos de Kuss, numa classificação em que Rui Costa e Nelson Oliveira conservaram os mesmos lugares: o primeiro é 46.º, a 2:09.57 horas, e o segundo é 51.º, a 2:14.12.

Carvalho subiu dois lugares, para 137.º, a 3:57.09 horas de Kuss, enquanto Rui Oliveira continua a ser o lanterna-vermelha desta 78.ª Vuelta, a 4:16:53 do camisola vermelha, que, no sábado, enfrenta o derradeiro teste à sua liderança nos 207,8 quilómetros entre Manzanares El Real e Guadarrama, com uma dezena de contagens de montanha de terceira categoria.

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