Alberto Bettiol (Education First-Nippo) fez vingar mais uma fuga na 18.ª etapa do Giro d’Italia, em que o pelotão se resguardou antes de duas tiradas de montanha.
Bettiol, de 27 anos, completou os 231 quilómetros entre Rovereto e Stradella em 5:14.44 horas, batendo por 17 segundos o também italiano Simone Consonni (Cofidis), segundo colocado, enquanto o irlandês Nicolas Roche (DSM) terminou em terceiro.
O pelotão chegou a 23 minutos do vencedor, com os principais favoritos à geral, que continua a ser encabeçada por Egan Bernal, com 2.21 minutos de vantagem para o italiano Damiano Caruso (Bahrain-Victorious), segundo, e 3.23 para o britânico Simon Yates (BikeExchange), terceiro.
Num dia em que o pelotão se poupou para as duas próximas etapas, de alta montanha, antes do contrarrelógio final de domingo, em Milão, o português João Almeida (Deceuninck-QuickStep) manteve o oitavo lugar da geral.
A complacência do pelotão, que abdicou da última oportunidade de uma discussão ao ‘sprint’, levou a uma imagem já habitual nesta edição do Giro, com a fuga a vingar na meta, com dezenas de corredores a tentarem a sorte.
Antes, já a outra situação ‘familiar’ desta edição se tinha manifestado, com o italiano Giulio Ciccone (Trek-Segafredo), que era 10.º na geral, a ser a última vítima, entre os favoritos, do ‘Giro das quedas’, não alinhando à partida, na sequência da queda sofrida na quarta-feira.
Sem grande história, a tirada mais longa da 104.ª edição da ‘corsa rosa’ foi-se desenrolando com a fuga a ganhar mais e mais e mais tempo, só animando nos últimos quilómetros, quando começaram os fugitivos começaram a atacar-se entre si na luta pela etapa, aproveitando as subidas próximas da meta.
O primeiro a conseguir distanciar-se com uma vantagem de monta, que chegou aos 30 segundos, foi o francês Rémi Cavagna (Deceuninck-QuickStep), que teria usado a sua especialidade de contrarrelógio para rolar até à meta não fosse um certo Alberto Bettiol.
O italiano juntou-se ao francês na frente, primeiro, e depois mostrou um ritmo muito mais elevado que ‘quebrou’ Cavagna, forçado a ficar para trás, acabando até mais atrás do que um grupo de outros fugitivos.
À frente de todos acabou o italiano, que passou os últimos seis mil metros a ganhar todo o tempo possível para assegurar que vencia sozinho, voltando a surpreender o pelotão, como já tinha feito na primeira de três vitórias profissionais, na Volta à Flandres de 2018.
“Queria muito ganhar esta”, admitiu o corredor, no final de uma etapa em que juntou o Giro à clássica belga e a um ‘crono’ na prova francesa Étoile des Bességes.
Segundo o italiano de 27 anos, na terceira e última semana da corrida “é muito difícil entrar na fuga”, mas a Education First-Nippo, que ficou ‘órfã’ do luso Ruben Guerreiro a meio da prova, já tinha “perdido algumas oportunidades”.
“Precisava disto. […] Sei o que posso fazer quando as minhas pernas são melhores do que a minha sorte”, declarou Bettiol.
João Almeida, oitavo, e Nelson Oliveira (Movistar), 26.º, mantiveram as posições na geral ao chegarem com o pelotão, a 23.30 minutos do vencedor, no 41.º e 85.º postos, respetivamente.
Os dois portugueses, como o resto do pelotão, preparam-se para dois dias de alta montanha que vão definir a liderança de Bernal e a composição do ‘top 10’, mas também coroar dois derradeiros vencedores em etapas em linha antes do ‘crono’ decisivo em Milão, no domingo.
Hoje, o pelotão enfrenta a 19.ª tirada, com 166 quilómetros entre Abbiategrasso e Alpe di Mera, com uma contagem de montanha de primeira categoria a coincidir com a meta.