A ABIMOTA faz o balanço da década em termos de setor das duas rodas e mobilidade suave e nem mesmo a paragem da economia motivada pela COVID-19, impediu a fileira de crescer.
O ano arrancou de forma pujante. A procura de bicicletas, enquanto meio de transporte ecológico e capaz de promover o isolamento social fez com que as empresas portuguesas registassem crescimentos ímpares, com algumas a crescerem a três dígitos face a 2019. Tal foi provocado, principalmente, pelos mercados do Norte da Europa que encontram em Portugal um fornecedor fiável, dotado de tecnologias de ponta e a uma cadeia de distribuição curta, capaz de entregar em poucos dias.
No entanto, a retoma da atividade trouxe boas notícias para o setor: “Foram quase dois meses de paragem, mas entramos em franca recuperação. Apesar de todos os obstáculos, que tivemos e certamente ainda vamos ter que ultrapassar, o setor regista crescimentos largamente superiores a 2019. Até ao final de Outubro passado, estávamos já com mais de 90 por cento da totalidade dos números do ano anterior. Hoje, o sector das duas rodas apresenta-se como um exemplo para todos.” Realça o Secretário Geral da ABIMOTA.
Nos dois últimos meses do ano a produção não abrandou e a procura manteve-se constante. Num ano “normal” o último trimestre seria fundamentalmente dedicado a trabalhar para stock e manutenção das linhas. O setor tem sazonalidade, nos anos ditos normais, com o pico a ser atingido no primeiro trimestre do ano. No entanto 2020 não registou essa sazonalidade e os meses que normalmente teriam menos pressão, mantiveram as empresas a funcionar em pleno.
O bom momento que o setor atravessa deve-se, fundamentalmente, à estratégia desenvolvida ao longo da última década. Em 2010, as exportações do setor valiam 150 milhões de Euros, mas com uma tendência de crescimento sustentado, mas com tendência a acelerar a partir de 2014, ano em que registou 227 milhões de Euros, valor que quase duplicou nos últimos cinco anos.
Com uma atividade de promoção intensa além-fronteiras, Portugal Bike Value contribuiu para dois momentos fundamentais para a indústria Portuguesa das duas rodas, em 2020.
“Agosto foi um bom mês, pois os números divulgados pela Eurostat colocaram Portugal na liderança da produção europeia de bicicletas. O outro grande momento do ano, aconteceu em Novembro, quando fomos informados que o Portugal Bike Value tinha vencido os prémios EEPA (European Enterprise Promotion Awards) e esse momento, foi para nós o reconhecimento internacional do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos dez anos.” Realçou Gil Nadais.