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A ABIMOTA faz o balanço da década em termos de setor das duas rodas e mobilidade suave e nem mesmo a paragem da economia motivada pela COVID-19, impediu a fileira de crescer.

Ainda com as contas de 2020 por encerrar, os indicadores são positivos e tudo indica que os dois milhões e 700 mil bicicletas produzidas e os mais de 400 milhões de Euros de Exportações de 2019, serão batidos em 2020.

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O ano arrancou de forma pujante. A procura de bicicletas, enquanto meio de transporte ecológico e capaz de promover o isolamento social fez com que as empresas portuguesas registassem crescimentos ímpares, com algumas a crescerem a três dígitos face a 2019. Tal foi provocado, principalmente, pelos mercados do Norte da Europa que encontram em Portugal um fornecedor fiável, dotado de tecnologias de ponta e a uma cadeia de distribuição curta, capaz de entregar em poucos dias.

ABIMOTA vence European Enterprise Promotion Awards“Com a chegada da COVID-19 e o aparecimento dos primeiros casos, o setor teve que parar, tal como aconteceu com praticamente toda a indústria. Esse foi um momento em que se passou de cem para zero, em dois ou três dias.” Recorda Gil Nadais, Secretário Geral da ABIMOTA.

No entanto, a retoma da atividade trouxe boas notícias para o setor: “Foram quase dois meses de paragem, mas entramos em franca recuperação. Apesar de todos os obstáculos, que tivemos e certamente ainda vamos ter que ultrapassar, o setor regista crescimentos largamente superiores a 2019. Até ao final de Outubro passado, estávamos já com mais de 90 por cento da totalidade dos números do ano anterior. Hoje, o sector das duas rodas apresenta-se como um exemplo para todos.” Realça o Secretário Geral da ABIMOTA.

Nos dois últimos meses do ano a produção não abrandou e a procura manteve-se constante. Num ano “normal” o último trimestre seria fundamentalmente dedicado a trabalhar para stock e manutenção das linhas. O setor tem sazonalidade, nos anos ditos normais, com o pico a ser atingido no primeiro trimestre do ano. No entanto 2020 não registou essa sazonalidade e os meses que normalmente teriam menos pressão, mantiveram as empresas a funcionar em pleno.

O bom momento que o setor atravessa deve-se, fundamentalmente, à estratégia desenvolvida ao longo da última década. Em 2010, as exportações do setor valiam 150 milhões de Euros, mas com uma tendência de crescimento sustentado, mas com tendência a acelerar a partir de 2014, ano em que registou 227 milhões de Euros, valor que quase duplicou nos últimos cinco anos.

A criação da marca Portugal Bike Value, que visa promover a fileira portuguesa das duas rodas, em 2014/15 foi o catalisador desta “aceleração”, como explica Gil Nadais: “este crescimento e, sobretudo o reconhecimento internacional do setor português, deve-se a todo o trabalho realizado, que afirmou Portugal como destino de qualidade, inovação e empreendedorismo.”

Com uma atividade de promoção intensa além-fronteiras, Portugal Bike Value contribuiu para dois momentos fundamentais para a indústria Portuguesa das duas rodas, em 2020.

“Agosto foi um bom mês, pois os números divulgados pela Eurostat colocaram Portugal na liderança da produção europeia de bicicletas. O outro grande momento do ano, aconteceu em Novembro, quando fomos informados que o Portugal Bike Value tinha vencido os prémios EEPA (European Enterprise Promotion Awards) e esse momento, foi para nós o reconhecimento internacional do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos dez anos.” Realçou Gil Nadais.

A melhor década de sempre para o setor das duas rodas nacional - ABIMOTAA próxima década apresenta novos desafios para o setor. Suprir novas necessidades que advêm do entendimento da precisão de encurtar cadeias de distribuição, aumento de procura por parte do mercado internacional e, sobretudo, novas tendências de mobilidade, vão obrigar o setor a manter o investimento na tecnologia e na inovação “ou seja no reforço de uma aposta que nos trouxe até aqui.” Rematou o Secretário Geral da ABIMOTA.

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