PUB bikeinn_cod_728x90_por

Quando no último quilómetro da chegada a Castelo Branco a W52-FC Porto entrou na frente com praticamente toda a equipa, já se adivinhava um triunfo azul e branco ao sprint. Restava saber de quem.

3a Etapa 194,1km, 3/08, Santarem – Castelo Branco durante a 81ª Volta a Portugal Santander 2019, Foto PODIUM / Paulo maria

O Camisola Amarela Santander, Gustavo Veloso, até foi o primeiro a entrar na reta da meta, mas a vitória estava prometida a outro e a tática estava a ser aplicada na perfeição. Depois de bem lançado por todos os elementos do coletivo dirigido por Nuno Ribeiro, foi Daniel Mestre quem chegou ao risco de meta e saboreou o gosto do sucesso.

PUB

O terceiro triunfo do alentejano na Volta foi efusivamente comemorado na equipa. Sem bonificações de tempo, era indiferente ao FC Porto ganhar com um ou outro corredor, uma vez que Veloso mantinha a liderança.

O espanhol, vencedor em 2014 e 2015, na véspera da Volta chegar à Torre, é líder com três segundos de vantagem sobre Mike Aristi (Euskadi-Murias) e Daniel Mestre passou a terceiro, com mais oito segundos. Mestre é agora o primeiro da classificação dos pontos, Camisola Verde Rubis Gás.

3a Etapa 194,1km, 3/08, Santarem – Castelo Branco durante a 81ª Volta a Portugal Santander 2019, Foto PODIUM / Paulo maria

Etapa quente dentro e fora da competição

Começou com calor a etapa deste sábado, o primeiro dia em que a temperatura na Volta foi mais séria chegando os termómetros a registar 38 graus. Em Santarém, à partida, estavam já 30 mas nem foi o calor que inflamou a manhã, foi o castigo atribuído a Joni Brandão.

O corredor da Efapel, terceiro classificado e um dos principais candidatos, foi penalizado com 10 segundos porque o Colégio de Comissários, depois de ver as imagens da RTP, decidiu castigar o que diz ter sido um impulso incorreto ao ciclista.

© João Fonseca Photographer

Polémicas à parte, a Volta saiu de Santarém de peito feito para mais uma maratona de 194,1 quilómetros até Castelo Branco. Com oito quilómetros de prova, duas equipas africanas deram o tom para a fuga do dia. O português Guillaume Almeida (Bai Sicasal-Petro de Luanda) e o sul africano Jayde Julius (Protouch) lançaram-se para a frente e, como estavam muito atrasados na classificação, o pelotão pouco se importou.

Só quando a vantagem passou os dez minutos é que a coluna decidiu começar a tirar tempo à fuga, ainda assim os homens da frente resistiram durante muito, muito tempo. O mais resistente, Jayde Julius, bem tentou ser teimoso e só foi alcançado a sete quilómetros da chegada quando o pelotão só pensava no sprint final.

Declarações após a terceira etapa da 81.ª Volta a Portugal:

3a Etapa 194,1km, 3/08, Santarem – Castelo Branco durante a 81ª Volta a Portugal Santander 2019, Foto PODIUM / Paulo maria

Daniel Mestre (vencedor da etapa e líder da classificação por pontos): “Em 2016, consegui duas vitórias. Em 2017 e 2018 fiz segundos lugares, este ano também fiz um segundo lugar, mas com uma equipa como esta só podia fazer um resultado, que era a vitória em etapa.

É a demonstração de uma equipa unida e só a união faz este tipo de resultados”.

3a Etapa 194,1km, 3/08, Santarem – Castelo Branco durante a 81ª Volta a Portugal Santander 2019, Foto PODIUM / Paulo maria

Gustavo Veloso (líder da classificação geral e sétimo na etapa): “Hoje, as pessoas viram a demonstração de uma grande equipa, com grande sentido de companheirismo. Todos sabemos que o Samuel e o Daniel têm de trabalhar muito. Para eles, era a última oportunidade de vencer uma etapa, porque também merecem.

(Sobre a penalização do Jóni Brandão) Só soube mesmo antes da partida. Era uma coisa falada, mas ainda não vi. Todos gostamos de ganhar na estrada, mas se os comissários assim decidiram, é porque acreditam que ele foi beneficiado de alguma forma.

(Sobre a subida à Torre) Não sei, não sei. Para já, sinto-me bem. Amanhã [domingo] é onde se vai saber tudo. Só posso dizer amanhã [domingo] como estarei.

3a Etapa 194,1km, 3/08, Santarem – Castelo Branco durante a 81ª Volta a Portugal Santander 2019, Foto PODIUM / Paulo maria

Mais importante que tudo foi a vitória de hoje do Daniel, porque toda a equipa trabalhou para isso. É um dia feliz para todos”.

Clemént Russo (segundo classificado na etapa): “Estava demasiado atrasado antes da última curva, em sétimo ou oitavo. Perdi um bocadinho aí. Estou contente com o segundo lugar, mas queria ganhar. Talvez noutra etapa a equipa possa conseguir a vitória”.

August Jensen (terceiro classificado na etapa): “Foi um sprint caótico, com estradas estreitas e a rotunda. Tive de partir demasiado cedo, estava mais para trás. Faltou-me força no final”.

Edgar Pinto (14.º na etapa e sexto à geral): “Agora é recuperar o melhor possível para no domingo estar o melhor possível. Hoje fizemos um trabalho espetacular e tenho-me sentido bem. Domingo, será um dia bastante duro, onde vamos ter de estar fortes, porque os adversários também estão e não sabemos as suas reações.

3a Etapa 194,1km, 3/08, Santarem – Castelo Branco durante a 81ª Volta a Portugal Santander 2019, Foto PODIUM / Paulo maria

Não sei bem, penso que estão na mesa todas as opções, a Volta não termina no domingo. Quanto mais opções tivermos, há mais etapas duras e com chegadas em alto. Estamos todos muito bem, mas os adversários são fortes”.

Vem aí a Torre e a Etapa Rainha

Este domingo, antes de subir à Serra da Estrela, o pelotão vai estrear-se na vila de Pampilhosa da Serra. É uma das novidades do percurso da Volta deste ano e acontece exatamente no início da etapa Rainha que termina na Torre.

Este ano, a batalha no ponto mais alto de Portugal Continental faz-se numa jornada de 145 quilómetros com cinco contagens de montanha. A escalada final pela vertente da Covilhã não se fazia desde 2015.

PUB