O principal desses detalhes é a distância total de contrarrelógio que os corredores terão de cumprir, 25,7 quilómetros, resultantes dos 5400 metros do prólogo e dos 20,3 quilómetros da última etapa. Não há memória de uma edição da Volta com tão poucos quilómetros em esforço individual, sendo necessário recuar a 1977 para encontrar algo de parecido, embora com uma distância superior: 27,6 quilómetros.
Se os contrarrelogistas têm menos razões para sorrir do que nas edições passadas, os sprinters e os trepadores também não estarão propriamente em casa, porque só há uma chegada em subida de primeira categoria e apenas uma etapa pode ser descrita como adaptando-se completamente aos homens da velocidade. Será, pois, uma edição para ciclistas todo-o-terreno em que a chave do sucesso reside na capacidade de recuperação, à qual será necessário fazer apelo desde o começo.
O prólogo, um contrarrelógio individual de 5,4 quilómetros, vai disputar-se na zona de Belém, em Lisboa. Segue-se um lote de etapas em linha capazes de fazer mossa. A primeira tem 203 quilómetros, ligando Vila Franca de Xira a Setúbal. A serra da Arrábida está na rota, apenas a 13,3 quilómetros da chegada, tornando difícil a muitos velocistas a discussão da vitória.
A segunda etapa é a mais longa da competição, 214,7 quilómetros, entre Reguengos de Monsaraz e Castelo Branco. É a tirada que, teoricamente, mais se adequa aos sprinters puros, talvez a única de toda a Volta.
A quarta etapa é a mais curta ligação em linha da prova, 152,7 quilómetros entre Macedo de Cavaleiros e o alto da Senhora da Graça, Mondim de Basto. É a única ligação com a meta a coincidir com um prémio de montanha de primeira categoria. Antes da escalada do monte Farinha, os corredores vão ultrapassar a subida de terceira categoria do Pópulo (km 64,3) e outra de segunda, no Velão (km 114,3).
A quinta etapa levará a caravana de Boticas até ao alto de Santa Luzia, Viana do Castelo, ao longo de 179,6 quilómetros que culminam com a subida de terceira categoria em empedrado. A sexta etapa começa em Braga e termina em Fafe, depois de percorridos 182,7 quilómetros. É uma jornada que se prevê dura, com as subidas do Bom Jesus (km 40,2), do Viso (km 131,1) a antecederem a subida de segunda categoria em terra batida, já depois da primeira passagem na meta.
A nona etapa da Volta é a última em linha da competição, 184,1 quilómetros entre a Lousã e a Guarda. A meta coincide com uma subida de terceira categoria, última das seis subidas pontuáveis da tirada. A mais significativa é a de categoria especial, na Torre, serra da Estrela, a 69,4 quilómetros da meta.
Os últimos acertos de contas ficam guardados para a derradeira etapa, um contrarrelógio individual de 20,3 quilómetros, com partida e chegada em Viseu.
O favoritismo recai, como é habitual, no pelotão luso, aquele que se apresenta mais focado e bem preparado na Volta, esperando-se que o vencedor saia de um dos seis coletivos nacionais: Efapel, LA Alumínios-Metalusa BlackJack, Louletano-Hospital de Loulé, RP-Boavista, Sporting-Tavira e W52-FC Porto.
O contingente internacional é composto por 12 equipas, a israelita Israel Cycling Academy, de categoria continental profissional, e as continentais Armée de Terre (França), Bike Aid (Alemanha), Euskadi Basque Country-Murias (País Basco), GM Europa Ovini (Itália), H&R Block Pro Cycling Team (Canadá), JLT Condor (Grã-Bretanha), Kuwait-Cartucho.es (Kuwait), Metec-TKH Continental CyclingTeam P/B Mantel (Holanda), Team Dauner D&DQ Akkon (Alemanha), Team Vorarlberg (Áustria) e Unieuro Trevigiani-Hemus 1896 (Bulgária).