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Está tudo a postos para o arranque da 79.ª Volta a Portugal Santander Totta, que vai disputar-se entre 4 e 15 de agosto, ao longo de 1626,9 quilómetros, distribuídos por um prólogo e dez etapas. A corrida tem um figurino muito semelhante ao das edições anteriores, embora haja detalhes que podem fazer toda a diferença.

O principal desses detalhes é a distância total de contrarrelógio que os corredores terão de cumprir, 25,7 quilómetros, resultantes dos 5400 metros do prólogo e dos 20,3 quilómetros da última etapa. Não há memória de uma edição da Volta com tão poucos quilómetros em esforço individual, sendo necessário recuar a 1977 para encontrar algo de parecido, embora com uma distância superior: 27,6 quilómetros.

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Se os contrarrelogistas têm menos razões para sorrir do que nas edições passadas, os sprinters e os trepadores também não estarão propriamente em casa, porque só há uma chegada em subida de primeira categoria e apenas uma etapa pode ser descrita como adaptando-se completamente aos homens da velocidade. Será, pois, uma edição para ciclistas todo-o-terreno em que a chave do sucesso reside na capacidade de recuperação, à qual será necessário fazer apelo desde o começo.

O prólogo, um contrarrelógio individual de 5,4 quilómetros, vai disputar-se na zona de Belém, em Lisboa. Segue-se um lote de etapas em linha capazes de fazer mossa. A primeira tem 203 quilómetros, ligando Vila Franca de Xira a Setúbal. A serra da Arrábida está na rota, apenas a 13,3 quilómetros da chegada, tornando difícil a muitos velocistas a discussão da vitória.

A segunda etapa é a mais longa da competição, 214,7 quilómetros, entre Reguengos de Monsaraz e Castelo Branco. É a tirada que, teoricamente, mais se adequa aos sprinters puros, talvez a única de toda a Volta.

A terceira etapa liga Figueira de Castelo Rodrigo a Bragança ao longo de 162,7 quilómetros. A viagem tem três prémios de montanha, um dos quais de segunda categoria, na serra de Bornes, ao quilómetro 88,7. Estando longe da meta, é uma incógnita se impedirá ou não os homens mais rápidos de chegar a Bragança na frente da corrida.

A quarta etapa é a mais curta ligação em linha da prova, 152,7 quilómetros entre Macedo de Cavaleiros e o alto da Senhora da Graça, Mondim de Basto. É a única ligação com a meta a coincidir com um prémio de montanha de primeira categoria. Antes da escalada do monte Farinha, os corredores vão ultrapassar a subida de terceira categoria do Pópulo (km 64,3) e outra de segunda, no Velão (km 114,3).

A quinta etapa levará a caravana de Boticas até ao alto de Santa Luzia, Viana do Castelo, ao longo de 179,6 quilómetros que culminam com a subida de terceira categoria em empedrado. A sexta etapa começa em Braga e termina em Fafe, depois de percorridos 182,7 quilómetros. É uma jornada que se prevê dura, com as subidas do Bom Jesus (km 40,2), do Viso (km 131,1) a antecederem a subida de segunda categoria em terra batida, já depois da primeira passagem na meta.

O dia de descanso será vivido em Fafe. A sétima etapa começa em Lousada e termina na Nossa Senhora da Assunção, montanha de segunda categoria, no concelho de Santo Tirso, que será o ponto mais complicado dos 161,9 quilómetros do dia. A oitava tirada arranca em Gondomar e termina, 159,8 quilómetros adiante, em Oliveira de Azeméis, na traiçoeira reta da meta, muito inclinada, onde os sprinters não costumam ter grandes hipóteses de levar a melhor.

A nona etapa da Volta é a última em linha da competição, 184,1 quilómetros entre a Lousã e a Guarda. A meta coincide com uma subida de terceira categoria, última das seis subidas pontuáveis da tirada. A mais significativa é a de categoria especial, na Torre, serra da Estrela, a 69,4 quilómetros da meta.

Os últimos acertos de contas ficam guardados para a derradeira etapa, um contrarrelógio individual de 20,3 quilómetros, com partida e chegada em Viseu.

O favoritismo recai, como é habitual, no pelotão luso, aquele que se apresenta mais focado e bem preparado na Volta, esperando-se que o vencedor saia de um dos seis coletivos nacionais: Efapel, LA Alumínios-Metalusa BlackJack, Louletano-Hospital de Loulé, RP-Boavista, Sporting-Tavira e W52-FC Porto.
O contingente internacional é composto por 12 equipas, a israelita Israel Cycling Academy, de categoria continental profissional, e as continentais Armée de Terre (França), Bike Aid (Alemanha), Euskadi Basque Country-Murias (País Basco), GM Europa Ovini (Itália), H&R Block Pro Cycling Team (Canadá), JLT Condor (Grã-Bretanha), Kuwait-Cartucho.es (Kuwait), Metec-TKH Continental CyclingTeam P/B Mantel (Holanda), Team Dauner D&DQ Akkon (Alemanha), Team Vorarlberg (Áustria) e Unieuro Trevigiani-Hemus 1896 (Bulgária).

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