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Nelson Oliveira e Domingos Gonçalves representam, amanhã, a Equipa Portugal no contrarrelógio de elite do Campeonato do Mundo de Estrada, em Innsbruck, Áustria.

A expectativa passa por conseguir o terceiro top 10 da história do ciclismo português nesta competição.

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À semelhança do que vai acontecer, no domingo, com a prova de fundo, os corredores vão encontrar um percurso muito exigente no contrarrelógio. A partida será dada em Rattenberg, enquanto a chegada, depois de percorridos 52,5 quilómetros, vai acontecer no centro de Innsbruck.

Adivinha-se um contrarrelógio difícil, cerca de uma hora de esforço individual com um acumulado de subida de 654 metros. Os primeiros 30 quilómetros serão palco para os roladores mais poderosos exporem as suas capacidades, mas este tipo de ciclistas não poderá exceder-se, tendo de guardar energias para o terço final, que fará, certamente, a diferença. A subida de Fritzens para Gnadenwald vai ser determinante.

A escalada tem 5 quilómetros de extensão com 7,1 por cento de inclinação média e 14 por cento de pendente máxima, estando as rampas mais difíceis nos primeiros 3 quilómetros de ascensão. Do topo da subida até à meta serão 17,5 quilómetros, em descida e em terreno ondulado, com poucas zonas planas.

“É um contrarrelógio exigente em vários aspetos, sendo necessário uma grande capacidade física, mas também de controlo. A parte mais plana não nos favorece, mas a subida poderá ditar um bom resultado para Portugal. No entanto, é preciso atenção para que aquilo que se ganha a subir não se perca depois. Há que guardar energia para os altos e baixos seguintes e conservar a concentração ao máximo nas zonas mais técnicas da descida”, considera o selecionador nacional, José Poeira.

O bicampeão nacional de contrarrelógio, Domingos Gonçalves, será o primeiro português a entrar em prova, saindo da rampa de lançamento às 13h43. O barcelense estreia-se em Mundiais na categoria de elite, tendo a ambição de conseguir um bom resultado. Foi para isso que se preparou nas últimas semanas.

“Trabalhei bem para esta prova, tanto ao nível do treino como do descanso. O contrarrelógio tem uma longa fase totalmente plana, na qual não podemos gastar toda a energia, porque a fase final, com a subida longa e o terreno mais ondulado, será muito importante. O segredo vai ser dosear o esforço, especialmente no meu caso, pois nunca fiz um contrarrelógio tão longo como este”, explica Domingos Gonçalves.

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Nelson Oliveira, quarto classificado no Mundial do ano passado, começa a prova às 14h29. O bairradino está num bom momento. “As sensações foram muito boas no contrarrelógio por equipas, não senti o cansaço da Vuelta, o que é bom. Espero que amanhã esteja na mesma condição ou ainda melhor do que no domingo”, avança o corredor.

A gestão da energia será a chave de um bom desempenho. “O percurso é muito exigente, especialmente a segunda parte. A subida tem três quilómetros muito duros e será decisiva, tal como a fase a seguir. Será necessário regular muito bem o esforço. No meu caso, não posso dar tudo na fase inicial para me sentir com força na parte final, porque é aí que posso ganhar aos rivais com mais peso”, prevê Nelson Oliveira.

O corredor português confessa que tem o pódio em mira, mas sabe que, perante uma concorrência tão valiosa, um top 10 já seria um bom resultado. “Gostava de melhorar o resultado do ano passado, mas todos sabemos que não estou sozinho. A lista de inscritos está recheada de contrarrelogistas que podem lutar pelo pódio. Muitos deles vêm em excelentes condições. Aponto para um top 10. Tudo depende de como corra a prova. Espero que amanhã tenha um grande dia”, conclui Nelson Oliveira.

Melhores resultados de Portugal em Mundiais de contrarrelógio na categoria de elite:

2018: Nelson Oliveira, 4.º classificado
2014: Nelson Oliveira, 7.º classificado
2014: Tiago Machado, 11.º classificado

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