PUB bikeinn_cod_728x90_por

Rui Costa foi hoje o décimo classificado na prova de fundo do Campeonato Mundial de Estrada, em Innsbruck, Áustria, o terceiro melhor resultado de sempre de Portugal na corrida de elite.

O corredor português ofereceu uma grande exibição de ciclismo aos adeptos, apresentando-se ambicioso e atacando várias vezes nas duas últimas voltas ao duro circuito austríaco, numa competição que arrancou em Kufstein e terminou em Innsbruck, depois de ultrapassados 258 quilómetros.

PUB

Rui Costa desferiu vários ataques, tanto na subida de Patscherkofel, que foi ultrapassada sete vezes, como na descida seguinte. O chefe-de-fila da Equipa Portugal esteve em posição adiantada, procurando chegar à última subida, a íngreme escalada de 2,8 quilómetros para Gramartboden, adiantado, por não ser uma colina ao seu jeito. A união de esforços das equipas mais fortes, que conseguiram entrar na derradeira volta ainda com vários elementos disponíveis para trabalhar, impediu a iniciativa do corredor português de dar frutos.

Sentindo a falta de ritmo provocada por uma época com poucos dias de competição, devido a lesões, Rui Costa abordou as primeiras rampas de Gramartboden com câibras. Ainda assim, teve o sangue-frio e a capacidade física para controlar as sensações e conseguiu cortar a meta no décimo lugar, com o mesmo tempo do sexto e a 43 segundos do espanhol Alejandro Valverde, que conquistou a medalha de ouro.

“Estive quase toda a corrida com os melhores. Na última subida longa tentei entrar num grupo, porque sabia que a subida final era muito inclinada para mim. Não foi possível. Tive de gerir o melhor possível, até porque já vinha com câibras. Dei o meu melhor por Portugal. Estou contente com o décimo lugar, com pena por não ter conseguido mais. Agradeço a todos aqueles que me ajudaram e sempre me apoiaram, numa época com vários problemas. Acabar o Mundial no top 10 é muito gratificante para mim”, reagiu Rui Costa, após cortar a meta.

A Equipa Portugal cumpriu o objetivo traçado, que passava por colocar um corredor nos dez primeiros. O selecionador nacional, José Poeira, mostrou-se satisfeito, embora considere que Rui Costa poderia ter rendido ainda mais, caso a temporada tivesse sido menos atribulada.

“Foi uma boa prestação da equipa. O Rui veio de uma lesão prolongada, o que lhe prejudicou a preparação para esta prova. Tendo em conta que este foi um percurso muito duro, esteve em excelente plano. Só faltou um bocadinho na parte final. Penso que isso se deve a não ter a preparação ideal. Demonstrou que tinha valor para estar na discussão das medalhas”, considera José Poeira.

Nelson Oliveira também fez uma corrida de grande nível, mantendo-se no grupo dos favoritos até à volta final, ajudando Rui Costa a colocar-se para enfrentar a última subida longa da prova nas melhores condições para o ataque que viria a desferir. No final, o bairradino acabou na 39.ª posição, a 5m00s do vencedor. “Apesar de o circuito ser bastante duro, dei o meu máximo, tentando ajudar a equipa, que era o nosso objetivo. Estou contente com a prestação de todos nós”, afirma o corredor que, na quarta-feira, foi quinto classificado na prova de contrarrelógio.

Tiago Machado e Rúben Guerreiro estiveram entre os 112 corredores que não terminaram a corrida, queixando-se ambos de problemas físicos, que limitaram o rendimento durante a prova. Rúben Guerreiro mostrou-se bem colocado durante uma parte significativa da prova, mas acabou por perder o contacto com o pelotão na quinta das sete escaladas a Patscherkofel.

“Tentei andar sempre com o Rui, para protegê-lo, queria que este fosse, finalmente, um bom Mundial para mim. Infelizmente, estive envolvido numa queda na estrada estreita depois da ponte, magoando o joelho direito. A partir daí, não estive mais confortável, não conseguindo fazer força com essa perna, tendo dificuldades que me levaram a perder o contacto com o pelotão”, explica Rúben Guerreiro.

Tiago Machado lamentou problemas lombares e num dente que contribuíram para que a condição não fosse a mais desejada. “Fiz cinco horas de corrida com uma pulsação média de 150. Isto mostra o cansaço acumulado por época demasiado longa. Não é normal. Agora, há que recuperar, porque quero regressar ao meu melhor na próxima temporada. Gostaria de ter uma prestação melhor, mas hoje dei o máximo que podia”, sublinha o famalicense.

A luta pelas medalhas travou-se a quatro. O espanhol Alejandro Valverde, o francês Romain Bardet e o canadiense Michael Woods destacaram-se da concorrência na íngreme subida batizada de “Inferno”. Na descida, o holandês Tom Dumoulin fez a junção, proporcionando um despique a quatro.

Alejandro Valverde conquistou a medalha de ouro que, há muito perseguia, ao fim de 6h46m41s de uma prova disputada à média de 38,064 km/h. O segundo foi Bardet e Woods fechou o pódio.

PUB