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1O português Rui Costa foi hoje o sexto classificado na prova de fundo do Campeonato da Europa de Estrada, fechando em bom plano o excelente trabalho de toda a Seleção Nacional/Liberty Seguros na corrida 232,9 quilómetros, ganha pelo eslovaco Peter Sagan.

A equipa portuguesa assumiu a ambição de discutir a corrida. Optou por deixar a responsabilidade e o desgaste de anular a fuga inicial às equipas com mais elementos. No entanto, na fase decisiva da prova, nas últimas cinco das 17 voltas ao circuito bretão, as cores da Seleção Nacional/Liberty Seguros surgiram na cabeça do pelotão, impedindo que as movimentações mais perigosas tivessem êxito.

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Rui Costa Campeonato Europeu de estradaTendo sempre o foco na necessidade de proteger Rui Costa, de modo a que o poveiro pudesse chegar ao final em condições de bater-se pelos melhores lugares, a Seleção Nacional/Liberty Seguros, por intermédio de Tiago Machado e de Sérgio Paulinho, pôs fim ao avanço de um grupo de 18 unidades de enorme perigo.

Essa fuga foi anulada em plena subida da Côte do Cadoudal, à entrada para a última volta, perante uma multidão entusiasta de milhares de adeptos. O trabalho dos portugueses eliminou o esforço dos fugitivos e, simultaneamente, endureceu a corrida de modo a que do pelotão restasse apenas um grupo reduzido. Não foi, todavia, o suficiente para deixar de fora todos os homens rápidos.

Rui CostaRui Costa entrou na derradeira ascensão do Cadoudal na frente do pelotão e fez o que lhe competia: bateu-se pelas primeiras posições. No entanto, a presença de alguns homens rápidos impediu o poveiro de chegar ao pódio. Ainda assim, o português alcançou um honroso sexto lugar, com o mesmo tempo do vencedor, o eslovaco Peter Sagan, do segundo classificado, o francês Julian Alaphilippe, e do terceiro, o espanhol Daniel Moreno.

“A equipa está de parabéns, cumpriu tudo o que planeámos. Assumimos a corrida nos momentos decisivos, de maneira a podermos colocar um homem nos dez primeiros, o que também aconteceu. Podemos dizer que trabalhámos como um verdadeiro coletivo. Os corredores souberam ler a corrida de forma exemplar, graças à qualidade e à experiência que têm”, afirma o selecionador nacional, José Poeira.

Rui Costa, pela sua parte, lamenta que a prova não tenha sido mais seletiva. “A única dificuldade era a subida para a meta, tornando o final demasiado explosivo para as minhas caraterísticas e permitindo que chegassem muitos homens rápidos. A Seleção fez um excelente trabalho e merecia que eu conseguisse uma boa posição, o que acabou por acontecer”, considera o poveiro.

Tiago MachadoTiago Machado e Sérgio Paulinho foram os rostos mais visíveis do trabalho coletivo da Seleção Nacional/Liberty Seguros. “Nem me importava de ter trabalhado mais um bocadinho, se pudesse. Tínhamos como objetivo pôr o Rui na discussão da corrida e conseguimo-lo”, congratula-se Tiago Machado.

“Todos queríamos proteger o Rui para levá-lo à discussão da corrida. Fizemo-lo e ele esteve com os melhores. Cumprimos o nosso dever”, conclui Sérgio Paulinho.

Sérgio PaulinhoCom a missão de trabalhar para o chefe de fila, o resultado final dos restantes elementos da equipa foi, naturalmente, prejudicado. Sérgio Paulinho foi 33.º, a 57 segundos, Tiago Machado foi 59.º, a 3m43s, o mesmo tempo a que chegaram André Cardoso, 62.º, e José Gonçalves, 68.º.

A Seleção Nacional/Liberty Seguros de elite tem feito uma época exemplar, terminando todas as provas em que participou no top 10. Foi assim nos Jogos Olímpicos, com o décimo lugar de Rui Costa na prova de fundo e o sétimo de Nelson Oliveira no contrarrelógio, e também no Campeonato da Europa, com o sexto posto de Costa e o quarto de Oliveira nas mesmas especialidades.

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